Implantes dentários podem ser feitos até sem cortes
Os implantes dentários estão cada vez mais modernos e são uma opção desejada por quem quer fugir das dentaduras. O tratamento pode ser feito até sem cortes, mas seu sucesso depende de alguns fatores, como características do osso, gengiva e cuidado de higiene bucal.
A técnica mais usada hoje em dia é a osseointegração, em que há contato direto entre osso e implante. Estudos científicos de acompanhamento de 40 anos apontam para uma taxa de sucesso acima de 90%. A partir de 18 anos já é possível se submeter ao procedimento, quando a fase de crescimento já terminou.
Contraindicações
O fator mais importante a ser considerado em relação ao paciente é que ele tenha um bom estado geral de saúde. Se há algum problema sistêmico (diabetes, cardiopatias, pressão alta) descompensado, o implante não pode ser feito. “Se a pessoa tem algum desses problemas, ela deve consultar um clínico geral para que estabilize o estado de saúde, e assim fique clinicamente apto para a colocação do implante”, diz o cirurgião-dentista Mario Groisman, membro da Academia Americana de Periodontia, e autor do livro Reconstrução e Estética com Implantes: Uma Abordagem Clínica.
Caso o paciente faça uso de algum tipo de medicamento, como hormônios (para reposição hormonal) ou anticoagulantes, o dentista também precisa saber. Isso porque os primeiros podem interferir na cicatrização óssea, e os segundos aumentam sangramentos.
Pacientes que fumam também são passíveis de terem complicações, pois o tabagista tem uma mucosa menos vascularizada e substâncias químicas em contato com o tecido gengival, o que causa aquecimento da gengiva. A consequência disso é um processo de cicatrização desfavorável. Uma dieta de fumo pode ser indicada dias antes e depois do procedimento. “Alguns pacientes apresentam perdas ósseas severas e devem ser analisados para a correta indicação da técnica de implantes”, afirma.
Recuperação
Após o procedimento cirúrgico é necessário fazer repouso parcial, de três a cinco dias. “Isso significa não praticar exercícios físicos e evitar movimentos bruscos com a cabeça”, diz o especialista.
Para conservar o implante, a higienização é a mesma feita nos dentes. Groisman explica que, assim como nos dentes naturais, os implantes dentais necessitam do estabelecimento de uma rotina disciplinada de higienização, com escovação e uso de fio dental. “Essa rotina previne a formação do biofilme (placa bacteriana), e consequente inflamação dos tecidos ao redor do implante. Controle periódico é a chave do sucesso”, afirma.