Jovem quase perde namorada por causa do mau hálito
Gerente de banco com saúde bucal impecável supera o medo do dentista e muda os hábitos para combater a halitose
Higiene bucal impecável, com direito a fio dental, e mesmo assim problemas de mau hálito? Foi exatamente o que aconteceu com o gerente de banco, João Paulo. O rapaz foi colocado contra a parede pela namorada e teve que mudar seus hábitos e encarar a cadeira de um dentista, lugar que não visitava há mais de seis anos.
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“Sempre fui um cara muito chato com a higiene bucal. Escovo os dentes três vezes por dia, uso fio dental, escovo a língua e sempre tenho na minha pasta um enxaguante bucal. Quando era pequeno, usei aparelho por anos para endireitar os dentes. Tudo como manda o figurino”, brinca.
Porém, foi exatamente esse tratamento odontológico que fez na infância que gerou a fixação pela limpeza dos dentes e o bloqueio com dentista. João se lembra com pesar da época que usou aparelho e por isso, prometeu a si mesmo que nunca mais ia ter problemas bucais. “Eu achava que tendo uma higiene bucal impecável estaria livre de ter que ir ao dentista. Para mim, dentista servia para tratar problemas nos dentes, coisa que eu não tinha mais”, diz João.
O alerta da namorada
O primeiro indício da halitose de João veio com uma reclamação de Mariana, sua namorada. “Quando ela disse que eu estava com mau hálito achei que era brincadeira. E até ela achou estranho porque sabe como sou chato com isso”, diz João. Mas as reclamações persistiram e as brigas começaram a acontecer.
Por mais que achasse estranho, Mariana não podia negar o cheiro que estava sentindo e passou a evitar beijar o namorado e conversar muito perto, coisas que não agravam João. “Como eu não sentia cheiro ruim nenhum comecei a achar que ela estava querendo terminar e estava inventando desculpas”, diz o jovem.
“A maioria das pessoas não sabem que tem o problema, por conta da fadiga olfativa. Como sentem o cheiro o tempo todo, o cérebro acaba se acostumando com o odor”, diz Alênio Calil Mathias, vice-presidente da SOBREHALI (Sociedade Brasileira de Estudos da Halitose).
Após pesquisas na internet e muita insistência, Mariana conseguiu convencer João a procurar um especialista. “Ela veio dizer que podia ser estresse e me forçou a procurar um especialista para o bem do nosso namoro. Mesmo contrariado, acabei cedendo e não foi tão ruim como eu imaginava”, diz o rapaz.
Onde estava o problema
O estresse causa uma redução na produção de saliva, pois a atividade das glândulas salivares depende, entre outros fatores, do equilíbrio do Sistema Nervoso Central, que fica instável em situações de nervosismo. “A salivação baixa faz a limpeza natural da boca ficar precária e aumenta a formação da saburra lingual, camada esbranquiçada que se fixa na língua e acumula bactérias e células mortas que produzem gases mal cheirosos”, diz Alenio.
No dentista, João descobriu que estava cometendo alguns erros típicos de pessoas que desenvolvem o mau hálito: andava muito estressado com o novo cargo, comendo mal e fazendo intervalos muito grandes entre as refeições. “Ficar muito tempo em jejum causa a queda de açúcar no sangue e o organismo começa a queimar gordura. Essa queima libera um odor extremamente desagradável, contribuindo para o mau hálito”, diz Alênio.
Agora além de as brigas com a namorada terem acabado, João também mudou alguns hábitos. “Voltei a jogar futebol com os amigos para descarregar meu estresse e me divertir. E não saio de casa sem algumas barrinhas de cereais ou alguma fruta”. E não foi só isso: “Aproveitei e fiz um check up nos dentes e uma limpeza na boca. E prometi para a Mariana que visitarei o dentista pelo menos uma vez por ano para que outros problemas possam ser diagnosticados mais cedo”, diz João.
*A pedido do entrevistado, o Terra preservou sua identidade