Mercúrio na odontologia: devo tirar a restauração de amálgama?
Cirurgiã-dentista explica sobre o tema e ainda orienta o que fazer se você tiver amálgama nos dentes
Em janeiro de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da resolução RDC n° 173, proibiu a fabricação, importação, comercialização e o uso, em serviços de saúde, dos elementos de mercúrio e pó para liga de amálgama na forma não encapsulada.
A amálgama é um material que leva uma mistura de mercúrio, prata, estanho e cobre, e era muito utilizado na odontologia para preencher cavidades. “Por ser mole, era indicado para restaurações de cáries, de dentes fraturados, e para finalizar tratamentos endodônticos. Sem contar que era durável e resistente à oxidação”, explica Patrícia Almeida, cirurgiã-dentista, especialista em reabilitação oral e estética, idealizadora da Almeida Clinic e integrante da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD).
Em julho de 2024, foi a vez da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), aprovar o projeto de lei nº 1475/2023, banindo o uso de amálgama.
E quem tem esse material nos dentes deve fazer o quê?
O mercúrio pode fazer mal à saúde e ao meio ambiente em sua forma elementar ou orgânica. Mas, de acordo com o Ministério da Saúde, quem tem restauração com ele não precisa removê-lo.
“Não há riscos para a boca ou o organismo, já que ele era aplicado no esmalte. E era usado um forramento para não ter contato com a polpa, uma área que tem vasos sanguíneos”, revela Patrícia Almeida.
Quem precisar fazer restaurações, tem a opção de escolher a resina composta, porcelana e até o ouro. “São opções duráveis e resistentes à oxidação. As duas primeiras têm um custo mais vantajoso e harmonizam melhor esteticamente”, conta a cirurgiã-dentista, que faz um alerta.
“Mesmo não precisando de restauração ou tendo restauração de amálgama, visite regularmente o seu dentista para avaliação, prevenção e tratamentos de qualquer condição.”
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