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Saúde ocular: cuidados essenciais na volta às aulas

Cuidados com saúde ocular devem começar cedo e podem evitar queda no desempenho escolar.

3 mar 2022 - 03h00
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Foto: Pixabay

Com a volta às aulas, a saúde dos olhos é tema que recobra atenção de pais ou responsáveis pelos pequenos. Problemas oculares podem impactar negativamente o desempenho de crianças e adolescentes nos estudos sem que sejam logo de início percebidos como causa da queda no rendimento escolar. 

Por isso o acompanhamento médico especializado desde os primeiros meses de vida é fundamental, pois possibilita o diagnóstico precoce de anomalias tratáveis ou passíveis de controle por meio de lentes corretivas.

O caso recém-revelado da bebê Lua, filha do apresentador Tiago Leifert diagnosticada com retinoblastoma ― um câncer ocular raro, mas predominantemente desenvolvido em crianças de até 5 anos de idade ― reforça a importância da manutenção de uma rotina de consultas antes mesmo da idade escolar, a fim de prevenir o agravamento de disfunções visuais.

Especialistas recomendam uma primeira inspeção oftalmológica a bebês de até 6 meses e vigilância constante sobre sinais de alterações na visão de crianças. A orientação é que pacientes de até dois anos de idade mantenham na agenda retornos semestrais ao médico. 

A partir desta fase, a frequência indicada passa a ser anual. Além da possibilidade de detectar doenças complexas, os exames periódicos identificam variações como miopia, hipermetropia ou astigmatismo, também comuns a partir dos 4 anos de idade.

Chamados de erros de refração, esses últimos casos podem variar de grau ao longo da infância, mesmo quando diagnosticados a tempo, conforme o crescimento e a mudança natural da curvatura dos olhos. 

A convite da Zeiss, a oftalmologista Alessia Braz, diretora clínica da Univi (centro oftalmológico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças oculares) fala sobre o tema e dá dicas de cuidados que ajudam a preservar a saúde ocular de pacientes em fase escolar.

Atenção aos bebês

“Os cristalinos de recém-nascidos são muito maleáveis e se adaptam a diferentes distâncias sem dificuldade, mas quando um olho não funciona tão bem, os responsáveis pela criança nem sempre notam que essa limitação é compensada pelo outro olho. É preciso estar alerta: ao sinal de estrabismo (visão cruzada, sem foco simultâneo dos olhos em um alvo), de espasmos ou coloração acinzentada na pupila do bebê, ou se houver histórico de doenças oculares na família, a consulta ao oftalmologista é imprescindível. Bebês que não tentam estabelecer contato visual com quem fala com eles também precisam ter a vista investigada --entenda aqui como se desenvolve a visão desde o nascimento. É essencial levar crianças ao oftalmologista antes de ingressarem na escola”, diz a especialista.

Incidência em idade escolar

“Até a adolescência, miopia, hipermetropia e astigmatismo são os erros refrativos mais comuns. Eles comprometem a formação do foco das imagens e são detectados em cerca de 20% das crianças com idades entre 5 e 9 anos. O Ministério da Saúde aponta que 30% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de ametropia (erro de refração ocular que dificulta a nitidez da imagem na retina). O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) levanta dados de que 3% a 10% desse grupo precisam usar óculos.”

Diagnóstico precoce

“Para resultados no tratamento de erros refrativos, o diagnóstico precoce possibilita tanto o desenvolvimento normal da visão quanto o das habilidades que dependem dela, incluindo as psicomotoras e de sociabilidade, além do rendimento escolar. Também previne consequências como dor de cabeça, náuseas e mudanças comportamentais. É muito comum que haja a necessidade de troca das lentes oculares em períodos mais curtos, na fase infantil, em razão da evolução mais acelerada dos olhos das crianças.”

Reflexos na vida escolar

“Tanto no caso de crianças com miopia (dificuldade para enxergar de longe) quanto no de estudantes com hipermetropia (foco prejudicado de objetos próximos), as funções de escrita e leitura são impactadas, exigindo aperto dos olhos ou provocando a dispersão de atenção, respectivamente, durante as atividades. Da mesma forma, quando o grau de um olho difere de outro, em ambos os casos, a noção de profundidade é alterada e interfere na coordenação motora do aluno (o que vai refletir em seu desempenho em brincadeiras, por exemplo). No caso do astigmatismo, que é quando há alteração na curvatura da córnea ou do cristalino, a vista se torna embaçada e distorcida. Problemas de aprendizado relacionados à visão podem estar associados ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos e a dificuldades para enxergar.”

Lentes próprias

“Após exames específicos e prescrição para o uso de óculos, é preciso recorrer a uma ótica de confiança para adquirir a lente adequada. Feitas especialmente pensando nas necessidades visuais de crianças acima dos 7 anos de idade, a linha Zeiss Kids, da companhia alemã Zeiss, tem lentes mais maleáveis e de rápida adaptação. O benefício é que elas já são entregues com o tratamento DuraVision BlueProtect, que auxilia o bloqueio da luz azul de dispositivos digitais, como tablets e smartphones, e com propriedades que protegem dos raios UV até 400nm.”

Dicas para saúde ocular infantil

• Estimule as crianças a, desde cedo, descrever roupas ou pessoas e buscar objetos de mesma cor, como forma de avaliar de forma lúdica e caseira sua visão;

• Óculos infantis devem ser leves, flexíveis e fortes para resistirem a atividades esportivas, escolares e recreativas;

• A armação não deve estar muito apertada nem muito solta, tampouco exercer pressão sobre os lobos das orelhas. Na parte superior, não deve se estender além das sobrancelhas; na inferior, não deve tocar os ossos da bochecha. Nas laterais, não deve ultrapassar os cantos dos olhos;

• O centro dos óculos deve ser ajustado ao centro das pupilas;

• A criança deve ser incentivada a adotar uma armação em que se sinta bem, valorizando o formato e a cor de sua preferência;

• Atividades ao ar livre são benéficas aos olhos das crianças, ainda mais com lentes que protegem contra os raios UV;

• Se a criança tropeça ou bate em móveis com frequência, isola-se de outras crianças, aproxima muito objetos para enxergá-los melhor ou tem problemas de visão agravados quando há poeira ou    falta de luz, isso pode estar associado a problemas de visão; um exame oftalmológico é recomendado;

• Lentes antirreflexo garantem uma visão clara o dia todo e são mais fáceis de limpar.

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