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Se seu filho é adolescente, leve-o a um hebiatra

17 ago 2009 - 08h57
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A garota de 14 anos está angustiada com as transformações de seu corpo e fica infeliz ao se olhar no espelho. Preocupada com a crise de auto-estima da filha, a mãe resolve levá-la ao pediatra, como tantos pais fariam, afinal o médico acompanhou todo o crescimento da menina desde os primeiros passos. Mas ela não se mostra à vontade em meio a bebês, crianças e brinquedos na sala de espera do consultório do especialista. Por conta dos protestos da filha, a mãe resolve pesquisar e descobre que há médicos especializados no atendimento a adolescentes. Trata-se da hebiatria (em referência à Hebe, deusa da juventude na mitologia grega), especialidade médica que começou a ganhar adeptos na década de 1950 nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, chegou na década de 1970. Para ser hebiatra, o profissional precisar se formar em pediatria e fazer dois anos de especialização em hebiatria.



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Para elucidar as dúvidas sobre a especialidade, dois especialistas falaram ao

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: Maurício de Souza Lima, hebiatra da Unidade de Adolescentes e coordenador do Ambulatório dos Filhos de Mães Adolescentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); e Ligia Reato, coordenadora do Instituto de Hebiatria da Faculdade de Medicina do ABC e vice-presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. Confira as respostas:



1- Qual é a faixa etária atendida pelo hebiatra?

Os hebiatras, na teoria, seguem o que dita a Organização Mundial (OMS): adolescência é o período entre os 10 e 20 anos. "Na prática não é tão simples, já que a puberdade é a fase definida pelas primeiras mudanças no corpo e pode ocorrer até antes dos 10 anos. E também a entrada na vida adulta depende de muitas variáveis", diz Ligia.



2- O que diferencia a hebiatria da pediatria e da medicina com enfoque na vida adulta?

Além do conhecimento da parte física (hormônios, nutrição) e dos principais problemas de saúde dessa fase da vida, que são diferentes das crianças e dos adultos, o hebiatra precisa ter um olhar psicoemocional para perceber e lidar com novas situações que se colocam para os adolescentes, como iniciação sexual, uso de drogas, gravidez na adolescência, comportamentos semelhantes ao grupo e violência urbana.



3- Por que a necessidade de um médico para adolescentes?

Além de ser uma fase marcada por muitas e rápidas mudanças do ponto de vista biológico, é na adolescência que se definem identidade, capacidade reprodutiva, orientação sexual, enfim o jeito de pensar e encarar o mundo. "Movido pela curiosidade, muitas vezes o adolescente pode se expor a riscos, principalmente quando está com o grupo de amigos", alerta o hebiatra da USP. Isso porque, explica Ligia, "a experimentação e onipotência, a sensação de que nada vai acontecer comigo, são características dos jovens".



4- Como abordar assuntos polêmicos com os jovens?

Souza Lima sugere que a comunicação deve ser feita no dia a dia, aproveitando os assuntos como sexo, drogas e violência abordados na TV, revistas, jornais, na rua, na escola. "Os pais devem perguntar a opinião dos filhos, assim como eles mesmos precisam expor o que pensam aos jovens." Ligia explica que a consulta é estruturada para tocar nesses assuntos também. "A menina dificilmente vai dizer que a menstruação atrasou e acha que está grávida. Então abordamos sempre a sexualidade e acabamos descobrindo".



5- Que tipo de orientação o hebiatra dá aos pais em relação à sexualidade?

"Embora os adolescentes estejam se separando da família nessa fase da vida, orientamos os pais a continuarem tentando sempre a conversa. Muitos adolescentes podem parecer refratários, mas acabam agradecendo depois", relata Ligia. Segundo a hebiatra, eles precisam de pessoas que o escutem e sejam boas referências. "Os esportes, por exemplo, são ótimas opções, pois deixam o jovem longe das drogas e contribuem para a formação", diz ela. Além disso, os pais precisam estar atentos e acompanhar os passos dos filhos, cuidando para não cair numa relação "policialesca".



Fonte: Especial para Terra
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