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Secretaria recomenda vacina de febre amarela 10 dias antes de viagem ao litoral

Pasta faz alerta sobre necessidade de imunização contra a febre amarela para quem planeja viajar ao litoral paulista, onde o vírus circula

7 nov 2018 - 03h11
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Quem ainda não se vacinou contra a febre amarela e pretende viajar para o litoral paulista nos feriados do fim do ano precisa tomar a vacina até dez dias antes de pegar a estrada. O alerta, feito nesta terça-feira, 6, pela Secretaria da Saúde do Estado, leva em conta a circulação do vírus numa faixa extensa do litoral, de Ubatuba, no extremo norte, até Cananeia, no extremo sul, incluindo o Vale do Ribeira.

"Tivemos o óbito recente de uma pessoa que se contaminou em Caraguatatuba e, nos últimos 40 dias, vários casos de macacos achados mortos. É uma região cercada de matas e o vírus está circulando nelas", disse a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV) do Estado, Regiane de Paula.

Cobertura é superior a 85% no litoral norte 
Cobertura é superior a 85% no litoral norte
Foto: MARCELO CAMARGO/AGENCIA BRASIL / Estadão

No período que vai dos feriados deste mês até o carnaval, no início de março de 2019, o litoral paulista deve receber cerca de 10 milhões de visitantes, segundo a Secretaria de Turismo do Estado. "Quem pretende ir para essa região deve avaliar sua situação vacinal e tomar a vacina, se não tomou. Isso vale também para os moradores da região. As prefeituras têm intensificado a vacinação, mas há municípios com baixa cobertura."

Ela disse que, enquanto no litoral norte a cobertura é superior a 85%, na Baixada Santista está em 55%. "É inacreditável que as pessoas resistam a se vacinar, mesmo sabendo do risco", afirmou Regiane.

Na segunda-feira, o Instituto Adolfo Lutz confirmou um óbito por febre amarela na região. A vítima, um homem de 26 anos que tinha se recusado a tomar a vacina, se infectou numa área rural onde trabalhava, em Caraguatatuba. Conforme a diretora da Vigilância, o período atual é pré-sazonal, já que a sazonalidade da doença vai de dezembro a maio, mas os casos já estão surgindo, o que reforça a necessidade de que as pessoas procurem os postos de vacinação. "Todos os municípios do Estado foram abastecidos com vacina, mas nesse momento a prioridade é para quem vai viajar para as áreas com casos já registrados ou de risco, por terem matas."

O publicitário Daniel Guedes, de Sorocaba, já fez a lição de casa. Com viagem marcada para Ilhabela, no litoral norte, a família foi imunizada. "Estivemos recentemente em Corumbá (MS) e na Bolívia e, naquela ocasião, já garantimos a vacina", disse. O administrador de empresas Vinícius Shimao viaja com frequência a Santos, onde sua namorada, Débora Martins, cursa a universidade. "Tomamos a vacina no início do ano durante uma campanha."

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Proteção

A prefeitura de Santos contestou, em parte, os dados da Secretaria que indicam baixa cobertura na região. "A Secretaria leva em conta as campanhas recentes na região, mas em Santos, tivemos campanhas anteriores muito abrangentes. A pessoa que recebeu a dose inteira da vacina há cinco anos, está imunizada e não é contada. Pela nossa análise, temos cerca de 90% da população vacinada", disse o secretário de Saúde, Fabio Ferraz. Ele teme que os alertas afetem o turismo.

A prefeitura de Caraguatatuba informou que, mesmo após ter vacinado mais de 95% da população, a vacinação continua de casa em casa nas áreas mais afastadas.

Parques

A diretora do CEV conta que, a partir de agora, aumenta o fluxo de visitantes para áreas de parques, com cachoeiras e cavernas, localizadas principalmente no Vale do Ribeira. A região concentra os principais maciços de Mata Atlântica do Estado e o vírus já circula por lá. "Tivemos casos positivos em moradores de algumas cidades e de macacos infectados em Juquiá e Pedro de Toledo."

Estadão
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