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Ser 'hipocondríaco' pode elevar risco de doenças cardíacas, diz estudo

10 nov 2016 - 10h17
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Pesquisa monitorou 7 mil pessoas por pelo menos uma década
Pesquisa monitorou 7 mil pessoas por pelo menos uma década
Foto: Science Photo Library / BBC News Brasil

Ser "um poço de preocupações" pode realmente aumentar o risco de doenças cardíacas, sugere um estudo.

Pesquisadores noruegueses analisaram os níveis de preocupação com a saúde de 7 mil pessoas, que foram acompanhadas por pelo menos dez anos.

O estudo, publicado pelo BMJ Open, sugere que, embora a ansiedade em geral já seja reconhecida como um dos fatores de risco, o estresse em relação à saúde também pode ser um problema.

Segundo os cardiologistas, se você acha que está sofrendo com "excesso de preocupação com a saúde" deve procurar um médico.

A ansiedade com a saúde se caracteriza pela "preocupação contínua" em ter ou pegar uma doença grave, o que leva a pessoa a procurar ajuda médica imediata, sem ter qualquer sintoma da doença.

A pesquisa

As pessoas avaliadas neste estudo, todas nascidas entre 1953 e 1957, estavam participando do Norwegian Hordaland Health Study (HUSK).

De 1997 a 1999, elas responderam questionários sobre saúde, estilo de vida e educação, além de terem sido submetidas a exames de sangue regulares. Também tiveram o peso, a altura e a pressão arterial monitorados.

Os pesquisadores adotaram uma escala conhecida, chamada de Whiteley Index, para avaliar os níveis de ansiedade. Foram usados ainda dados nacionais para acompanhar o tratamento hospitalar e os óbitos no grupo até 2009.

Dos 7 mil avaliados, 234 (3,3%) tiveram um ataque cardíaco ou crise de angina aguda durante o monitoramento.

Mesmo após levar em conta os fatores de risco conhecidos, o percentual dos que sucumbiram à doença cardíaca (pouco mais de 6%) foi mais de duas vezes maior entre os 710 que sofreriam de ansiedade com a saúde.

E, quanto maior a pontuação de ansiedade, maior o risco de desenvolver doença cardíaca.

'É natural se preocupar'

Em artigo para o BMJ Open, os pesquisadores, liderados pelo médico Line Iden Berge, afirmam:

"(Nossa pesquisa) indica ainda que o comportamento padrão das pessoas preocupadas demais com a saúde, que monitoram os sintomas e fazem check-ups frequentes, não reduz o risco (de doença coronárias)".

"Os resultados ilustram o dilema vivido pelos médicos entre tranquilizar o paciente dizendo que os sintomas físicos de ansiedade não significam doença cardíaca, e, ao mesmo tempo, de saber que a ansiedade, com o tempo, pode estar associada ao aumento do risco de doenças coronarianas".

Para Emily Reeve, enfermeira cardíaca da British Heart Foundation, "é natural que as pessoas se preocupem se elas acham que podem estar doentes".

"Mas a ansiedade e o estresse podem desencadear hábitos não saudáveis, como fumar ou comer mal, o que coloca você em maior risco de ter uma doença cardíaca.

"Embora não saibamos se as pessoas preocupadas em excesso estão se colocando na mira de um ataque cardíaco, é claro que a redução da ansiedade desnecessária pode trazer benefícios para a saúde".

"Se você está sofrendo de ansiedade com a saúde, deve falar com o seu médico", recomenda.

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