Sexo ajuda a combater sintomas da menopausa, mas libido é obstáculo
Entenda os fatores fatores pelos quais mulheres deixam de fazer sexo na menopausa
A menopausa pode afetar muito a libido das mulheres, mas é importante manter a prática sexual para a saúde feminina.
Sexo é um grande tabu em qualquer época da vida. Mas, na menopausa, é um assunto ainda menos discutido. Muitas mulheres, inclusive, deixam de ter relações sexuais nesse momento da vida, apesar dos inúmeros benefícios que a prática pode proporcionar durante essa fase marcada pela queda nos níveis hormonais e sintomas como fogachos, sudorese excessiva, alterações de humor e diminuição da função e desejo sexual.
“Uma série de fatores pode prejudicar a libido na menopausa, fazendo com que a mulher deixe de ter relações sexuais. Mas temos, principalmente, uma questão hormonal. A queda nos níveis hormonais prejudica o desejo e a resposta sexual”, diz o ginecologista Igor Padovesi, membro da North American Menopause Society (NAMS), da International Menopause Society (IMS) e associado à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “Além disso, na menopausa, muitas mulheres já estão naquela fase de relacionamentos muito longos, duradouros, que é um fator que claramente prejudica o erotismo e a frequência das relações.”
Mas o médico ressalta que é fundamental que a mulher mantenha essa prática viva mesmo na menopausa, pois é uma parte integral da saúde feminina, com múltiplos benefícios. “A sexualidade saudável é um dos pilares da saúde segundo a Organização Mundial da Saúde. O sexo estimula o fluxo sanguíneo da região genital, o que pode melhorar a lubrificação e ajudar a combater o ressecamento vaginal; também fortalece os músculos do assoalho pélvico, reduzindo a incontinência urinária e aumentando a sensibilidade; e ainda libera substâncias que causam relaxamento e ajudam no combate ao estresse e flutuações de humor”, diz o ginecologista.
Outra questão importante é que dados mostram que 70 a 80% das mulheres não conseguem atingir o orgasmo nas relações sexuais tradicionais, sem um estímulo direto no clitóris.
“E na menopausa atingir o orgasmo torna-se ainda mais difícil. A intensidade das sensações prazerosas diminui nessa fase, a resposta orgástica é mais lenta e menos intensa. E isso só piora com o passar do tempo, especialmente quando as mulheres não realizam a terapia hormonal.”
A terapia hormonal (TH), de acordo com o especialista, é a principal estratégia comprovada para tratar a menopausa, recuperar a libido e a satisfação sexual. “O tratamento atua diretamente na principal causa do problema: o desequilibro hormonal. É cientificamente comprovado que, quando realizada corretamente, a terapia hormonal, além de ser muito segura, é capaz de melhorar a função sexual, pois trata os sintomas da síndrome geniturinária da menopausa (SGM), como falta de lubrificação, atrofia vaginal e dor na relação sexual, além de melhorar a libido e a satisfação sexual”, destaca o médico.
Outra estratégia que pode ajudar na satisfação sexual é o uso de acessórios, de acordo com Igor Padovesi. “Para conseguir chegar ao orgasmo com mais facilidade, a mulher precisa de algum estímulo no clitóris, então o uso de brinquedos sexuais tornou-se algo de prescrição médica. Isso melhora a satisfação da mulher. Geralmente, recomendamos o chamado bullet (vibrador) como o primeiro sex toy da mulher, pois é pequeno, tem um formato discreto e um estímulo vibratório para atuar no clitóris”, aconselha.
Outro fator que pode fazer com que as mulheres deixem de ter relações sexuais é a flacidez de estruturas como os pequenos lábios, o que ocorre naturalmente com o envelhecimento. “Não existe um padrão normal estético para a região, já que sua anatomia varia muito de pessoa para pessoa. Mas algumas mulheres se incomodam, sentem desconforto, constrangimento e às vezes até param de ter relações sexuais. Nesses casos, pode ser recomendada a cirurgia de ninfoplastia, que tem como objetivo remover o excesso de pele dos pequenos lábios, deixando-os para dentro dos grandes lábios”, diz o médico.
Relativamente simples, o procedimento pode ser realizado com laser e/ou com bisturi elétrico de alta frequência. E traz grandes benefícios. “Uma pesquisa brasileira mostrou que 87,6% das mulheres submetidas à cirurgia experimentam grande melhora na autoestima e 82,7% relataram maior interesse, desejo e satisfação nas relações sexuais”, destaca Igor Padovesi, que, por fim, reforça que não é normal sentir queda da libido e da função sexual. “Nesses casos, o mais importante é buscar um médico para passar por uma avaliação e receber as recomendações adequadas.”
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