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Não existe um método anticoncepcional perfeito, diz estudo

18 set 2012 - 10h33
(atualizado às 10h33)
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Um estudo recente publicado no British Medical Journal voltou a abrir o debate sobre os métodos anticoncepcionais produzidos com maiores quantidades de hormônios - como adesivo e anel vaginal - que poderiam causar mais trombose do que outros métodos. As informações são do jornal espanhol El País.

Estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, conclui que adesivos e anéis vaginais representam mais riscos vasculares do que outros tipos de anticoncepcionais
Estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, conclui que adesivos e anéis vaginais representam mais riscos vasculares do que outros tipos de anticoncepcionais
Foto: Getty Images

Cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, analisaram durante uma década 1,6 milhões de mulheres com idade entre 15 e 49 anos e concluíram que aquelas que escolhem anticoncepcionais de uso oral feitos com o princípio ativo do levonorgestrel têm três vezes mais chances de sofrer tromboses do que as que não usam métodos hormonais. E, este risco chega a 7,9% e 6,5% para aquelas que usam adesivos e anéis vaginais, respectivamente.

As evidências de que medicações com taxas maiores de hormônios causam mais riscos à saúde do que outros já foram comprovadas em dezenas de estudos, mas o objetivo é esclarecer se estes inconvenientes são suficientes para suspender o uso destes contraceptivos em mulheres saudáveis. Os médicos espanhóis têm opiniões diferentes sobre o assunto, mas, em geral, concordam que o uso é uma conquista feminina e que traz mais benefícios do que malefícios.

“Quando todos têm poucos riscos, o que menos apresenta problemas ganha maior importância. Entre 0,01% e 0,02% de problemas, a diferença em termos totais é muito pequena: 1 por 10 mil frente a 2 por 10 mil. É muito raro registrar um problema, no entanto, é preciso prestar atenção que um apresenta o dobro de risco do que o outro. No geral, tem mais vantagens que desvantagens, faz melhor para a mulher do que o perigo em potencial”, adverte o médico Dr. Lorenzo Arribas, membro do grupo da Mulher do Sociedade Espanhola de Medicina da Família e Comunitária.

O médico Ventura Serrano, da Associação Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia, lembra-se que viu uma moça de 22 anos com trombose causada por métodos contraceptivos e comentou, na ocasião: “isto acontece, mas o trauma psicológico de um aborto na adolescência supera os efeitos colaterais causados pelos hormônios do método anticoncepcional”, concluiu.

Segundo o estudo, as mulheres estão preocupadas com os efeitos colaterais dos anticoncepcionais e, elas procuram, acima de tudo, eficiência e conforto do método escolhido. O Dr. Luis Enrique Sánchez Aço, presidente da Federação de Planejamento Familiar da Espanha, disse que mais da metade das pacientes chegam ao consultório com uma ideia pré-concebida do que querem.

Há anos, médicos têm prestado atenção aos efeitos dos contraceptivos e, na Espanha, foi observado que eles não priorizam os mais eficazes e menos evasivos à saúde e reconhecem que a indústria farmacêutica tem tido o poder de mapear os mais vendidos, como a forte campanha publicitária para o uso do anel vaginal. Ao contrário do que acontece na Holanda, que quando souberam que aqueles à base de hormônios poderiam causar mais problemas, mudaram para outros que poderiam minimizar estes riscos”, disse Arribas.

“Por que não falar sobre o DIU, que é mais eficaz?. Ele falha apenas 0.8% do tempo, além de oferecer o melhor valor "custo-benefício". Enquanto o DIU de cobre custa cerca de 40 euros para 10 anos, o anel vaginal custa 20 euros por mês".

Ventura Serrano acredita que não há "método ideal". Ele afirma que para cada mulher, o efeito é diferente. "Todos os laboratórios do mercado tem um objetivo: encontrar um método que impeça a ovolução e tenha zero sintomas secundários, mas isso não existe porque tudo é artificial", conclui.

Sendo assim, a melhor alternativa é buscar o método ideal para cada mulher considerando a eficiência, o conforto, a saúde, além de aspectos sociais e econômicos.

Fonte: Terra
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