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Sexo sem vergonha: médico tira 12 dúvidas sobre pênis curvo

Técnica desenvolvida no Brasil já tratou mais de 5 mil pacientes com o problema, que gera desconforto sexual

12 set 2014 - 12h22
(atualizado em 8/12/2014 às 17h56)
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Foto: themacx / Getty Images

“Sempre tive uma vida sexual ativa. Foi de dois anos para cá que passei a evitar as mulheres. Sinto vergonha do meu pênis e acho que o medo de eu decepcionar a outra pessoa na cama faz com que eu acabe perdendo a ereção”, diz o gerente de vendas M.T.S., 37 anos, que sofre de um problema que afeta aproximadamente 10% dos homens em todo o mundo, embora poucos reconheçam: o pênis curvo. De acordo com dados da revista britânica de urologia British Journal of Urology, a curvatura peniana atinge mais homens do que doenças como diabetes e cálculo renal.

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O problema ocorre porque a membrana que envolve o corpo cavernoso, conhecida como túnica, apresenta elasticidade menor do que deveria em algum ponto, causando repuxamento. A causa pode ser congênita ou decorrente de alguma cicatriz adquirida ao longo da vida, o que caracteriza a doença de Peyronie - descrita pela primeira vez em 1743, por François Gigot de La Peyronie (1678-1747), médico do rei Luiz XV, da França. Neste caso, a curvatura é originada por uma lesão provocada quando o órgão dobra no momento em que ele estava ereto ou semiereto. O resultado é a curvatura do pênis durante a ereção, que pode chegar a 90 graus tanto para cima como para baixo ou para o lado.

Geometria

Anteriormente, a cirurgia de correção da curvatura peniana era feita de forma a encurtar o lado mais longo, o que resultava na redução do comprimento e até da grossura do pênis. Foi de conversas com engenheiros e arquitetos que o médico urologista e andrologista Paulo Egydio, de São Paulo, desenvolveu uma técnica de corte cirúrgico capaz de corrigir o pênis sem interferir no seu tamanho.

“Usei o mesmo cálculo de geometria que se usa para tirar a curva de uma estrada. Conversei com arquitetos e engenheiros que me ajudaram muito a aplicar esses conceitos no pênis”, explica o especialista, premiado internacionalmente pela descoberta. Desde 1998, quando desenvolveu a técnica, Egydio realizou mais de 5 mil intervenções do gênero. “Normalmente, o paciente toma anestesia local e recebe alta no mesmo dia”.

O maior problema ainda é o preconceito. “Cerca de 80% a 90% dos pacientes apresentam um grande trauma psicológico por causa da deformidade; sentem-se anulados como homens e se afastam da família. Alguns chegam a ter ideias suicidas. E a esposa, às vezes, pensa que ele tem outra. Por isso, é fundamental que se tenha um aporte psicológico”, completa Egydio.

O estudante S.R., 30 anos, só perdeu a virgindade depois que operou a curvatura congênita, aos 21. “Eu evitava que a relação chegasse a determinado ponto. Por ser um tabu, as pessoas têm medo de se abrir, mesmo que seja com alguém de confiança”, revela o rapaz, que tomou conhecimento da possibilidade cirúrgica pela internet.

Mas algumas medidas podem ser tomadas para se evitar o pior. Excitar-se com calças apertadas, masturbar-se freneticamente, forçar o pênis ereto para baixo a fim de urinar e dormir de bruços, por exemplo, são hábitos que devem ser evitados. Confira a seguir explicações do especialista para as dúvidas mais frequentes e dicas para evitar que o seu ‘amigão’ entorte também.

1 - O que é?

Foto: Clínica do Dr.Paulo Egydio / Reprodução

Foto: Clínica do Dr.Paulo Egydio/Reprodução

A curvatura peniana é uma deformidade causada pela falta de elasticidade em um ou mais pontos da túnica (membrana que envolve o corpo cavernoso).

2 - Por que o pênis curva? 

Foto: blackboard1965 / Getty Images

Foto: blackboard1965/Getty Images

É fundamental ter em mente que o pênis se curva apenas na ereção, quando os tecidos estão esticados. Para que se tenha uma ereção reta, é necessário que todos os tecidos que formam o pênis tenham a mesma elasticidade. Quando um jovem apresenta pênis curvo, a curvatura pode ser devido a uma menor elasticidade dos tecidos por sobre a túnica ou menor elasticidade da própria túnica, causada por problemas durante sua formação. Entretanto, há casos em que os dois problemas estão associados.

3 - Quais os tipos de curvatura? 

Foto: themacx / Getty Images

Foto: themacx/Getty Images

1) Curvatura congênita – Predispõe o pênis a escapar durante o ato sexual, o que pode provocar traumas, causando uma deformidade ainda maior.

2) Curvatura adquirida (Peyronie) – Aparece ao longo da vida, e em qualquer idade. Trata-se de uma cicatriz originada por alguma lesão provocada quando o órgão dobra no momento em que ele estava ereto ou semiereto. Pode ocorrer em pênis com curvatura congênita ou não. Em alguns casos, a curva chega a 90 graus, tanto para cima como para baixo ou para o lado.

4 - O que causa?

Foto: Lev Dolgatshjov / Getty Images

Foto: Lev Dolgatshjov/Getty Images

Toda condição que facilita o pênis a se dobrar no momento em que ele está ereto ou semiereto aumenta o risco de ocorrer a doença de Peyronie. Veja alguns exemplos:

a) Usar calças ou cuecas apertadas quando o pênis está ereto ou semiereto;

b) Dormir de bruços (o homem pode ter de três a quatro ereções por noite, enquanto dorme);

c) Forçar o pênis, quando está ereto ou semiereto, para baixo, a fim de urinar (é comum isso ocorrer pela manhã, quando o homem acorda e quer ir ao banheiro);

d) Masturbar-se freneticamente, esfregando o pênis de uma forma que possa dobrá-lo;

e) Algumas posições sexuais podem ocasionar lesões. Em geral, quando a parceira mantém posição ativa na relação, o risco é maior, pois o pênis fica predisposto ao trauma. Neste caso, a mulher deve tomar cuidado para que o pênis não escape e o peso do seu corpo recaia sobre ele. Quando o homem é o ativo, ele passa a controlar voluntariamente a amplitude de movimento. Por isso, dificilmente o pênis se chocará contra o períneo ao sair da vagina durante o ato sexual, propiciando o trauma.

5 - No que a curvatura do pênis pode interferir na vida sexual do homem e da mulher? 

Foto: Vadimguzhva / Getty Images

Foto: Vadimguzhva/Getty Images

A mulher pode ter desconforto, dor e até dificuldade para ter orgasmo devido à dor. No homem pode causar impotência porque o pênis escapa da vagina a todo momento durante a relação, gerando perda de ereção ou ejaculação precoce. Ele pode até perder a vontade de transar por causa disso; privar-se para não ter frustrações. E a mulher pode evitá-lo com medo de deixá-lo ainda mais frustrado. Quem não tem relacionamento fixo, tende a se retrair socialmente.

 

6 - Os homens, em geral, têm vergonha de procurar tratamento? Acontece de a esposa tomar a iniciativa?

Foto: Alexa-Mitiner / Getty Images

Foto: Alexa-Mitiner/Getty Images

A esposa geralmente toma a iniciativa quando tem um relacionamento fixo. Quando o relacionamento é esporádico, evita ir para frente no relacionamento e tem vergonha de procurar um médico. A chance de procurar é absurdamente baixa. Desses, apenas 30% procuram ajuda. E muitos abrem conta de e-mail com nomes fictícios para falar com o especialista pela primeira vez.

7 - Se não for feita a correção, isso pode acarretar algum outro problema de saúde, ou a questão é mais sexual e psicológica apenas?

Foto: Minemero / Getty Images

Foto: Minemero/Getty Images

Não, mas o estado psicológico fica muito alterado e o homem pode se sentir e ficar isolado.

8 - Alguns casos podem ser solucionados apenas com medicamentos? 

Foto: Alexey Buhantsov / Getty Images

Foto: Alexey Buhantsov/Getty Images

Sim, se forem identificados em um primeiro momento. Quando se inicia um processo inflamatório, causando afinamento ou diminuição no tamanho do pênis, o ideal é procurar atendimento médico o quanto antes, porque há remédios que podem ajudar a corrigir isso sem precisar de cirurgia. Desta forma, pode-se bloquear uma cicatriz exagerada e, consequentemente, uma curvatura exagerada. Na maior parte dos casos, no entanto, o homem só se encoraja a procurar um especialista quando a cicatriz já está formada.

9 - Como é a cirurgia? 

Foto: Clínica do Dr.Paulo Egydio / Reprodução

Foto: Clínica do Dr.Paulo Egydio/Reprodução

A técnica desenvolvida pelo médico brasileiro consiste em se fazer um corte na membrana (túnica), cuja forma muda para cada paciente, a fim de eliminar o repuxamento peniano. Como, nesses casos, a membrana encontra-se menor do que deveria ser, quando o pênis é posto reto, fica faltando uma parte dela, o que é corrigido com a colocação de um enxerto que permite que a túnica cresça novamente, envolvendo-o. Este enxerto é feito com uma membrana já pronta, que não provoca rejeição, o que evita mais uma cirurgia para sua obtenção.

10 - Quais as vantagens da cirurgia? 

Foto: Victor_69 / Getty Images

Foto: Victor_69/Getty Images

a) O procedimento é simples e com desconforto mínimo;

b) Tem uma rápida recuperação. O paciente interna-se pela manhã, é operado e recebe alta no mesmo dia. É possível, ainda, ser operado no fim de semana e voltar a trabalhar e/ou estudar na segunda-feira, podendo assim, manter sigilo no trabalho e/ou escola;

c) Com a técnica desenvolvida no Brasil, alongando-se o lado curto do pênis até deixá-lo do tamanho do lado longo, consegue-se o máximo de recuperação do tamanho peniano possível em um procedimento cirúrgico reconstrutivo de curvatura peniana;

d) A cicatriz é discreta e semelhante à correção de fimose. O médico utiliza fio transparente e absorvível para o fechamento, com sutura semelhante à da cirurgia plástica, não necessitando a retirada dos pontos;

e) Quando o paciente apresenta disfunção erétil, esta deve ser tratada e, se tiver boa resposta aos medicamentos, poderá então ser feita somente a cirurgia da correção da curvatura peniana.

11 - Tratamento por ondas de choque é eficiente na correção da curvatura peniana? 

Foto: lovin-you / Getty Images

Foto: lovin-you/Getty Images

Segundo a maior experiência científica mundial, ao avaliar 17 importantes estudos internacionais sobre o tema publicados em revistas médicas especializadas, este tratamento não tem se mostrado eficiente. 

12 - Como é a vida sexual após a cirurgia?

Foto: Digital Vision. / Getty Images

Foto: Digital Vision./Getty Images

Após seis semanas da cirurgia, o paciente pode voltar a ter relações sexuais normalmente.

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Fonte: Ponto a Ponto Ideias Ponto a Ponto Ideias
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