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Sidney Magal teve sangramento no cérebro; entenda o quadro do cantor

Cantor passou mal após apresentação no dia 25 de maio e precisou ser internado. O boletim médico informou um sangramento no cérebro

31 mai 2023 - 13h00
(atualizado às 17h12)
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Sidney Magal teve um pequeno sangramento no cérebro, também chamado de sangramento talâmico. Ele havia passado mal na quinta-feira, 25, enquanto realizava um show em São José dos Campos, e foi internado no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. O cantor deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta terça-feira, 30.

"O paciente Sr. Sidney Magal apresenta boas condições clínicas. Após realização de exames diagnósticos, foi constatado pequeno sangramento talâmico (sangramento espontâneo agudo no cérebro, muitas vezes relacionado à hipertensão arterial). O episódio não trouxe sequelas ao paciente", diz trecho do boletim médico.

Após passar mal no dia 25, Magal publicou um vídeo nas redes sociais tranquilizando os fãs sobre seu estado de saúde. O cantor fez o mesmo nesta terça-feira, ao comunicar sua transferência da UTI para o leito normal do HCor. 

Sangramento no cérebro

O tálamo é uma região bem profunda no cérebro, que pode ser alvo de hemorragias talâmicas ou AVC talâmico, condição característica de um AVC hipertensivo, explica o médico neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola. "Isso ocorre quando os pacientes chegam com a pressão arterial sistólica muito elevada, muitas vezes acima de 200, o que causa o sangramento nesta região", afirma.

Segundo ele, o quadro é bem diferente de um aneurisma cerebral, que apresenta um sangramento mais difuso. Quando o sangramento é decorrente por hipertensão arterial, normalmente a hemorragia se concentra no tálamo.

O quadro é altamente suscetível a sequelas, principalmente motoras ou sentitivas. "Isso porque o tálamo está localizado próximo a uma região que se chama cápsula interna, onde se localiza grande parte dos neurônios que são responsáveis pela motricidade do corpo. Então, muitas vezes quando um paciente tem AVC talâmico, ele pode ter sequelas motoras do lado contralateral onde sangrou", detalha o especialista. 

O paciente também pode apresentar sequelas sensitivas, pois próximo a essa cápsula interna também existe uma região que é responsável pela sensibilidade do lado contralateral do corpo, explica Victor Hugo.

Sintomas e tratamento

Normalmente, não há muito o que fazer a não ser controlar a pressão do sangramento, afirma o médico. "É claro que algumas situações tem sangramentos muito volumosos, que aí você tem que drenar esse sangue. Afinal, às vezes o sangue vai pro ventrículo cerebral e causa hidrocefalia (acúmulo de água na cabeça). Mas, muitas vezes, esses sangramentos são pequenos", justifica.

No entanto, como as hemorragias se localizam em regiões muito importantes do cérebro, causam as sequelas mencionadas acima. "A gente não tem muito o que fazer da parte de tratamento para evitar essas sequelas, infelizmente", revela o neurocirurgião. Por isso, muitas vezes elas são irreversíveis.

Os sintomas estão diretamente associados às sequelas deixadas pelo sangramento. Portanto, o paciente pode apresentar dificuldades motoras e sensitivas, além de um pico da pressão arterial, como sentido por Sidney Magal.

Hipertensão arterial sistêmica (HAS)

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das três principais causas de hemorragia cerebral. Ela também é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1,13 bilhão de pessoas tenham hipertensão arterial em todo o mundo. Esse número representa aproximadamente 1 em cada 4 adultos. 

No Brasil, aproximadamente 32% da população apresenta a doença, entretanto apenas aproximadamente 25% faz o tratamento adequado. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), essa taxa de hipertensos pode ser maior por conta da pandemia e do sedentarismo.

"A hipertensão arterial sistêmica é uma doença de cunho cardiovascular, onde há aumento corriqueiro da pressão arterial e aumento da resistência vascular periférica, além de danos silenciosos aos rins, cérebro e coração. Não há cura, mas existe controle", afirma o médico intensivista e cirurgião geral Dr. Anderson Oliveira.

Segundo ele, muitas pessoas com hipertensão arterial não sabem que têm essa condição, até que seja detectada durante uma consulta médica de rotina ou quando ocorre uma complicação relacionada, como um ataque cardíaco, derrame ou problemas renais.

Sabendo que a Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica e de evolução lenta e passível de controle. É necessário alertar a população das consequências e optar pela prevenção.

"Por isso, a medicina preventiva é tão importante. Medidas simples como mudança do estilo de vida, boa alimentação e atividade física corroboram em uma vida saudável com menores riscos de doenças como hipertensão arterial", conclui o médico.

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Foto: Reprodução Instagram (@sidneymagaloficial) / Saúde em Dia
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