Síndrome de Burnout: o que é, sintomas, causas e tratamento
Também conhecido como Síndrome do esgotamento profissional, o distúrbio ocorre devido ao excesso de trabalho; saiba mais sobre o transtorno
As pessoas estão cada vez mais cansadas. Segundo levantamentos feitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% da população mundial sofre com estresse em seu dia a dia. A longo prazo, esse problema pode gerar questões como ansiedade, depressão e várias outras doenças.
Nesse contexto, também está a Síndrome de Burnout. Em 2019, ela foi considerada pela OMS como uma síndrome relacionada exclusivamente ao trabalho e não deve ser compreendida como uma condição de estresse relacionada às experiências em outras áreas da vida.
O que é Burnout e quais são as suas causas?
É uma síndrome que causa um distúrbio emocional em que a pessoa fica extremamente exausta. Exaustão, estresse e esgotamento físico geralmente estão ligados a situações de trabalho que são desgastantes, em que a pessoa não é valorizada pelo que faz. O ambiente é tóxico e competitivo e exige extrema responsabilidade. Geralmente, a pessoa sente que nada do que ela faz é suficiente. Ela está sempre sob pressão e é muito comum em profissões da área de saúde, área jurídica, jornalística e professores.
Principais sintomas
Cansaço excessivo físico e mental, dor de cabeça, alteração de apetite, insônia, dificuldade de concentração, problemas de memória, sentimentos de fracasso, sentimentos de incompetência, fadiga, alterações gastrointestinais e em batimentos cardíacos. Pode ser assimilado à ansiedade e ao estresse, mas a causa é ligada ao trabalho.
Diagnóstico
É feito objetivamente por causa da sintomatologia e perguntas sobre a situação de vida atual da pessoa e como ela se sente no trabalho. Orientado por psicólogos e psiquiatras, porém, pessoas próximas podem auxiliar o paciente a procurar ajuda.
Como é feito o tratamento
Muitas vezes a Síndrome de Burnout pode levar o indivíduo a ter depressão. Nesse caso, o tratamento vai ser muito parecido com os de estado depressivo, e a terapia para que a pessoa entenda o que está acontecendo. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilo de vida.
Como se prevenir
A partir do momento que você identifica situações no trabalho que não são adequadas, desprazerosas, em que se sente desmotivado, que não tem vontade de fazer nada, nesse sentido já precisa procurar ajuda para evitar que a situação se prolongue e se complique.
Como o Burnout começa
Objetivos difíceis de serem alcançados impostos por chefes aos seus colaboradores estão entre os motivos para o surgimento da Síndrome de Burnout. Muitas vezes, a pessoa pode não ser capacitada para tal função ou já estar desempenhando outras atividades, e isso pode impedir o cumprimento de demandas solicitadas. Ela se sente, então, sobrecarregada e, ao mesmo tempo, incapaz, pois deseja realizar o que lhe é proposto, mas não tem meios para isso.
Quanto tempo dura
A Síndrome do Burnout não tem um tempo definido de duração. Depende de fatores individuais, como recursos psíquicos, e da exposição aos estressores no dia a dia.
Dessa forma, a pessoa precisa reconhecer os gatilhos para o desenvolvimento da doença, de forma a evitá-los e prevenir novas crises.
A Síndrome de Burnout tem cura?
A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout são estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho.
- Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;:
- Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
- Faça atividades que "fujam" à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;
- Evite o contato com pessoas "negativas", especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
- Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
- Faça atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc;
- Evite consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental;
- Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica.
Fonte: Silvia Cury Ismael, doutora em Ciências e gerente de Saúde Mental do Hcor