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Síndrome do ovário policístico afeta também a saúde mental das mulheres; entenda

Além de alteração no ciclo menstrual e infertilidade, a SOP favorece problemas como ansiedade e depressão

21 set 2023 - 05h00
(atualizado às 15h18)
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Imagem meramente ilustrativa de uma mulher tensa
Imagem meramente ilustrativa de uma mulher tensa
Foto: Delmaine Donsoni / iStock

A Síndrome dos Ovários Policísticos ou simplesmente SOP, como é mais conhecida, é a principal causa de alteração menstrual e infertilidade feminina. Mas os problemas não se resumem a isso. A condição também aumenta o risco de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, alterações no sono e câncer de endométrio.

Mais recentemente, estudos se voltaram para o impacto da SOP na saúde mental de suas portadoras. Hoje sabe-se que a condição, que pode atingir até 19% das mulheres em idade reprodutiva, propicia maiores níveis de tristeza, irritabilidade e estresse.

“Em um artigo publicado em 2020 no portal Spring Nature, foi comprovado uma forte associação entre a SOP, má qualidade de vida e alterações na saúde mental das pacientes. Mulheres com SOP apresentam o dobro de risco para desenvolverem depressão, ansiedade, transtorno bipolar e transtorno obsessivo-compulsivo”, afirma o ginecologista Marcelo Cavalcante, especialista em reprodução humana, em texto enviado ao Terra.

O entendimento é que alterações de humor somadas a possíveis mudanças como excesso de peso, hirsutismo, acne e insatisfação com a imagem corporal podem tornar as mulheres com SOP profundamente deprimidas. Como esse efeito ainda é pouco abordado, cresce a preocupação.

Imagem meramente ilustrativa de uma médica mostrando os ovários
Imagem meramente ilustrativa de uma médica mostrando os ovários
Foto: Ivan Balvan / iStock

"A relação entre SOP e saúde mental é, muitas vezes, negligenciada, já que a atenção, na maioria dos casos, está direcionada para o tratamento da infertilidade e de queixas menstruais", pontua Cavalcante ao chamar atenção dos profissionais de saúde.

A pedido do Terra, o médico listou os principais sinais de que uma mulher tem a síndrome do ovário policístico:

  1. ausência de menstruação ou alterações no ciclo menstrual;
  2. presença de hormônios masculinos em excesso, detectados em exames de sangue ou por meio do exame físico, com a manifestação de pelos e acne em excesso;
  3. observância de múltiplos cistos nos ovários por meio do exame de Ultrassonografia Transvaginal; os cistos são pequenos, com medições de 5 mm a 10 mm em ambos os ovários.

"O diagnóstico da SOP é feito através da anamnese, exame físico e realização de alguns exames complementares", acrescenta o ginecologista.

Qual o tratamento para a condição? 

Como se trata de uma doença sem cura, o tratamento deve ser crônico, com o propósito de controlar os sintomas.

"Toda paciente diagnosticada precisa fazer uma adequação do seu estilo de vida. São necessárias mudanças como a adoção de dietas saudáveis com pouca ou nenhuma ingestão de carboidratos, maior consumo de frutas e verduras e a prática rotineira de atividades físicas. Com essas medidas, a paciente já consegue ver um diferencial e ter o controle da doença", aponta.

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Já o tratamento medicamentoso varia de acordo com os objetivos da paciente — por  exemplo, se ela quer engravidar ou não. Caso sim, serão usadas medicações hormonais para o controle dos níveis de hormônios masculinos ou medicações indutoras de ovulação.

Fonte: Redação Terra Você
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