SP começa a aplicar 2ª dose de vacina e imunizar pessoas de rua com mais de 60 na capital
Estado diz que tem imunizantes previstos para dar duas doses a grupos já convocados, mas ainda não indica quando pessoas abaixo de 80 serão vacinadas; ranking informa 10 municípios que mais vacinaram em SP
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta sexta-feira, 12, o início da aplicação da segunda dose da vacina contra a covid-19 em pessoas que já tomaram a primeira dose e a vacinação de pessoas em situação de rua com mais de 60 anos na capital. O governo também apresentou um ranking dos dez municípios com mais de 100 mil habitantes que mais vacinaram já no Estado.
Ainda sem perspectiva de quando poderá aumentar as faixas etárias que poderão receber o imunizante, Doria voltou a cobrar o governo federal para que adquira mais vacinas, de modo a ampliar a população imunizada em todo o País. Conforme o Estadão mostrou nesta sexta, com o estoque de vacinas perto do fim e sem previsão de recebimento de mais doses nos próximos dias, prefeituras de algumas capitais do País já restringem o público-alvo inicialmente definido ou preveem interromper a campanha de imunização na próxima semana. Ao menos sete capitais já admitem essa possibilidade, segundo levantamento do Estadão.
Segundo o secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, o que existe neste momento de vacinas já prontas e as que serão produzidas com os novos insumos recém-chegados e que estão para chegar ao Estado, será possível dar as duas doses para as pessoas com mais de 80 anos, profissionais de saúde e outros grupos que já iniciaram a vacinação. "Todas as faixas que já foram acionaadas terão como prerrogativa a garantia de receberem a segunda dose. Vamos manter a vacinação para todos aqueles que foram convocados", disse.
O secretário disse que para essas pessoas não deve faltar a vacina e que essa foi a orientação repassada para todos os municípios, mas para os demais ainda não há expectativa. "Mas a vacinação depende de doses de vacinas. Quanto mais doses, mais brasileiros serão protegidos, imunizados. Mas enquanto o número for limitado, teremos de limitar a velocidade em que o processo acontece", complementou.
Para marcar o início da aplicação da segunda dose, a enfermeira Monica Calazans, primeira pessoa a ser vacinada com a Coronavac no Brasil, no dia 17 de janeiro, recebeu durante a coletiva a nova dose do imunizante. "É uma emoção poder ser imunizada pela segunda vez, mas isso não me dá direito de sair sem máscara, sem álcool em gel, nem de evitar aglomerações. Vou continuar com todos os brasileiros usando máscara, ate que todos os brasileiros estajamos imunizados", disse Monica.
População em situação de rua
Na coletiva à imprensa, Doria justificou a inclusão dos mais idosos entre a população de rua da capital dizendo que essas são as pessoas mais vulneráveis. Presente ao evento, o padre Julio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, disse que há mais de 2.200 moradores de rua nessa faixa etária. A vacinação dessa população começou na manhã desta sexta-feira.
"Durante toda a manhã acompanhei os consultórios de rua. Além dos que estão vindo às UBSs, aos locais de vacinação, e também está tento uma busca ativa dessas pessoas. Vacinar os irmãos de rua é um sinal de humanização, de florir esperança nessa cidade", disse o padre, que foi chamado por Doria de "símbolo da luta contra a desigualdade e defensor dos direitos humanos."
Ranking
Segundo cálculo do governo, no total, mais de 1,3 milhão de pessoas já foram vacinadas no Estado, o que equivale a 2,8% da população. O governo passa a divulgar a partir desta sexta um ranking com os municípios que mais vacinaram até o momento. Até agora, a cidade de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, foi a que mais vacinou, com 8,1% da população. Na sequência vem: Catanduva (7,2%), Botucatu (7%), Barretos (6,3%), Santos (5,8%), São José do Rio Preto (5,7%), Jaú (5%), Araçatuba (5%), Araraquara (4,9%) e Marília (4,8%).