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SP quer R$ 130 milhões para ampliar produção de vacina

Governo do Estado diz já ter arrecadado R$ 96 milhões; valor seria para ampliar capacidade de fábrica do Instituto Butantã, que testa produto desenvolvido na China

29 jul 2020 - 14h56
(atualizado às 15h50)
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O Estado de São Paulo abriu um processo para arrecadar fundos de até R$ 130 milhões para investir na reforma de uma fábrica do Instituto Butantã. A meta é permitir que a capacidade de produção de vacinas do instituto passe de 60 milhões para 100 milhões de doses por ano. O instituto participa do desenvolvimento de uma vacina que vem sendo testada para o combate ao coronavírus, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.

Segundo o governador João Doria (PSDB), empresários de São Paulo já se comprometeram a doar R$ 96 milhões para esse objetivo. A vacina, caso se mostre eficiente no processo de testagem que ainda está em início no País, terá de ser aplicada em duas doses para ser eficaz na prevenção da covid-19. Por isso, com a atual capacidade, o Butantã não teria como atender todo o País.

Doria afirmou ainda que há conversas sobre a exportação da vacina, se ela passar nos testes, para países vizinhos da América do Sul.

"Fomos procurados por países vizinhos com interesse na aquisição da vacina CoronaVac contra o coronavírus. O Instituto Butantã tem sido procurado por instituições médicas de governo e privadas interessadas em obter informações sobre a produção da vacina, o que aumenta também a esperança de poder atender países do nosso continente, especialmente aqui da América do Sul. Mas, para isso, nós temos que aumentar a capacidade de produção do Instituto", disse o governador Doria.

O presidente do Butantã, Dimas Covas, disse que a vacina poderá estar pronta no começo do ano que vem, caso passe nos testes.

Dimas Covas, presidente do Instituto Butantã, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Dimas Covas, presidente do Instituto Butantã, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP / Estadão Conteúdo

Covas voltou a afirmar que, por ser feita a partir de uma tecnologia já conhecida, a vacina chinesa poderia ser produzida com maior rapidez. "A vacina tem grande chance de ser introduzida muito rapidamente para vacinação em massa, e o Brasil tem grande chance de ser um dos primeiros países onde isso venha acontecer", disse.

O presidente do Butantã também voltou a falar sobre a parceria com a Sinovac, que coloca o Butantã como co-desenvolvedor da vacina, totalmente responsável pela fase 3 da testagem. "O Butantã é o responsável por essa fase. É quem financia, é quem controla o estudo. Ou seja, nós temos uma grande responsabilidade e somos, entre aspas, o dono desse estudo", disse.

O acordo com a Sinovac, que está sob sigilo, prevê, segundo Covas, o fornecimento de 120 milhões de doses em duas remessas. Desse modo, seria preciso haver investimento extra atender toda da demanda do País e para o envio do produto a outros locais. "Precisamos desse dinheiro sim, porque vai agilizar" a reforma da fábrica do Butantã, disse Covas.

Os testes da vacina da Sinovac em São Paulo começaram no Hospital das Clínicas, e serão feitos com profissionais da área médica. O Butantã tem uma rede de 12 instituições, como o HC, que farão os testes em seis Estados.

Estadão
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