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Terapia experimental contra esclerose múltipla se mostra promissora

5 jun 2013 - 19h49
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Uma terapia experimental demonstrou ser promissora no tratamento da esclerose múltipla sem debilitar o sistema imunológico e poderia ser aplicada para tratar outras doenças autoimunes e alérgicas, informaram pesquisadores esta quarta-feira.

A esclerose múltipla faz com que o sistema imunológico ataque o organismo, ao invés de defendê-lo. Esta doença autoimune se caracteriza pela progressiva destruição da bainha de mielina, que protege os nervos do cérebro e da medula espinhal, e desempenha um papel vital na condução elétrica dos impulsos nervosos.

Quando se destrói o isolamento protetor, os impulsos elétricos não conseguem fluir de forma eficiente, provocando sintomas que podem incluir paralisias e cegueiras.

Os tratamentos atuais para a doença inibem o sistema imunológico em um esforço para evitar os sintomas, tornando os pacientes mais suscetíveis e aumentando o risco de desenvolverem doenças graves, como o câncer.

Para este teste de fase 1, realizado na Alemanha com nove pacientes, os pesquisadores usaram células de glóbulos brancos dos doentes para "injetar" bilhões de antígenos de mielina em seu organismo. O objetivo era que seu sistema imunológico os reconhecesse como inofensivos e desenvolvesse uma tolerância.

O tratamento conseguiu reduzir a reatividade do sistema imunológico à mielina de 50% a 75%.

"Nosso enfoque deixa intacta a função do sistema imunológico normal. Este é o Santo Graal", afirmou Stephen Miller, professor de microbiologia e imunologia da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, principal autor deste estudo, publicado na revista Science Translational Medicine.

"O tratamento detém a resposta autoimune que já está ativada e previne a ativação de novas células autoimunes", acrescentou.

Os cientistas destacaram que o número de pacientes neste teste era pequeno demais para determinar se o tratamento previne a progressão da esclerose múltipla. Mas destacaram que entre os nove pacientes, os que receberam a dose mais alta de células de glóbulos brancos com o antígeno tiveram a maior redução na destruição da mielina.

O teste demonstrou que o tratamento é seguro e bem tolerado. A injeção intravenosa não provocou efeitos adversos e sobretudo os pacientes não tiveram uma recaída, nem sua imunidade a patógenos foi afetada.

Miller demonstrou em estudos não clínicos anteriores que a terapia também é eficaz no tratamento do diabetes tipo 1, da asma e da alergia ao amendoim.

Esta pesquisa abre o caminho para um teste clínico de fase 2 para determinar se a terapia é eficaz contra a progressão da esclerose múltipla, que afeta 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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