Testado para coronavírus deixa hospital antes de contraprova
Paciente havia voltado de viagem à Itália e apresentou sintomas de gripe
Um paciente que estava sendo atendido nesta quinta-feira (27) no Hospital São Paulo, com suspeita de estar infectado com o coronavírus, foi embora sem que os testes tivessem terminado. O homem havia voltado de uma viagem à Itália e apresentava sintomas de gripe. Um primeiro teste havia sido feito e dado negativo para o coronavírus.
No entanto, segundo fontes ligadas ao hospital, a equipe médica o havia internado em isolamento e ainda pretendia fazer novos testes. Ele, então, manifestou a intenção de deixar o local. Sua mulher também estaria com sintomas e sendo atendida em um hospital particular.
O Hospital São Paulo deve se pronunciar oficialmente amanhã sobre o caso. Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde disse que está analisando o caso e ainda não tem uma resposta sobre o que será feito.
O hospital, na zona sul da capital, é ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É um dos principais centros de referência do País e há semanas já tem se preparado para receber pacientes infectados com o coronavírus.
Segundo o código de ética médica, o paciente pode decidir sobre o seu tratamento ou alta médica, mas o médico deve interferir se houver perigo de vida. Publicação do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informa que "no caso da alta a pedido, sem colocar em risco a vida do paciente, nem o médico responsável nem o hospital podem ferir o princípio da autonomia do mesmo, cerceando seu direito de "ir e vir"".
A alta deve ser, no entanto, documentada e assinada. Segundo informações, o paciente do Hostpital São Paulo não teria assinado o termo. Se houver complicações após a alta, o médico e o hospital podem ser responsabilizados em deixar o paciente ir embora.
O Ministério da Saúde informou que o Brasil monitora 132 casos suspeitos de infecção pelo coronavírus. Até agora, um caso da doença foi confirmado, em São Paulo. A quantidade de suspeitas deve continuar crescendo, segundo a pasta, em razão do aumento da "sensibilidade de vigilância" com a inclusão de 15 países no monitoramento. Conforme o secretário executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, "dá para avaliar que estamos próximos de 300 casos suspeitos de coronavírus".