Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Time, comida, pet: 'prontuário afetivo' aproxima pacientes e equipes de saúde em Salvador

Perguntas sobre gostos pessoais e círculo familiar permitem individualizar os atendimentos no Hospital Estadual 2 de Julho

21 ago 2024 - 11h10
(atualizado em 27/8/2024 às 10h28)
Compartilhar
Exibir comentários

Você está internado no hospital e, de repente, alguém da equipe de saúde pergunta sobre suas músicas preferidas. Depois, quer saber sobre seu time do coração e sua comida favorita. "Você tem um animal de estimação?", continua.

Prontuário afetivo traz questões sobre gostos pessoais e vínculos familiares
Prontuário afetivo traz questões sobre gostos pessoais e vínculos familiares
Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde da Bahia / Estadão

No Hospital Estadual 2 de Julho, em Salvador, essas e outras perguntas integram o chamado "prontuário afetivo", criado para aproximar funcionários e pacientes e, na medida do possível, tornar o ambiente mais familiar.

O novo prontuário fica grudado na cama do paciente. Ao entrarem no quarto, os membros da equipe multiprofissional leem o documento e usam as informações durante o atendimento na unidade, administrada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia e integrante do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Eu ainda não encontrei nenhum profissional que seja fechado a ponto de não aderir ao questionário e não puxar alguma brincadeira", diz Jaqueline Amorim, integrante da equipe de psicologia.

Um dos espaços a preencher no formulário é o de "pessoas queridas", um pouco abaixo do local para "minha família" e logo acima do "trabalho com". Por ele a equipe fica sabendo, por exemplo, quem foi a visita do dia e se o paciente realmente gosta dessa pessoa.

"Algumas pessoas têm filhos adotivos ou 'mãe de consideração', que não constam no prontuário normal. É bem melhor quando conseguimos identificar (esses laços), até para liberar o acesso", explica Ana Carla.

Quando o paciente ainda não entende o que acontece à sua volta, o prontuário é feito para o acompanhante, como ocorreu com Aylla e Renata. Porém, se a equipe julga que o paciente consegue compreender o que ocorre ao seu redor, ele é o foco das perguntas, mesmo que estas sejam respondidas com a ajuda de um familiar.

É o que acontece, por exemplo, com pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI). "Alguns estudos mostram que o paciente consegue ouvir, então chegamos chamando pelo apelido, cantamos uma música que ele goste, conversamos, mesmo sabendo que não vamos ter resposta", afirma Jaqueline

A intenção, diz Ana Carla, é diminuir o sofrimento tanto do paciente quanto do familiar. "São pessoas que ficam dias aqui, muitas vezes sem família em Salvador, e precisam dessa interação para ter ânimo nessa luta."

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade