TOC; saiba os sintomas desse transtorno
Psicóloga fala sobre os hábitos repetidos mais comuns em pessoas que sofrem com o 'transtorno obsessivo-compulsivo'
Dificilmente alguém não tenha ouvido falar no transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), definido por pensamentos e medos irracionais, obsessões que levam a comportamentos compulsivos. O que talvez muitos tenham dúvida é sobre os sintomas e como eles podem afetar o cotidiano dos indivíduos que sofrem com o distúrbio.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2% da população mundial é afetada pelo TOC e atinge mais a população jovem entre os 19 e 20 anos. Há uma parcela significativa que desenvolve antes dos 14 anos.
A psicóloga Ana Maria Chalfun Puech, diz que é comum os sinais se manifestarem desde a infância, porém devido ao sentimento de vergonha que acomete o paciente por achar que pode estar enlouquecendo ao vivenciar os pensamentos obsessivos e os rituais compulsivos, pode demorar para buscar tratamento.
Segundo ela, o diagnóstico é clínico, ou seja, não existe nenhum exame laboratorial ou radiológico que especifique. Os critérios que devem ser observados se referem ao manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, como as obsessões por pensamentos, impulsos, imagens recorrentes e persistentes manifestadas durante a perturbação. A forma como se apresentam é nomeada de intrusiva e indesejáveis, o que gera muita ansiedade ou desconforto.
Outra questão é que o indivíduo tentará anular ou ignorar essas sensações ou imagens a partir da criação de um outro pensamento ou ação. Geralmente, as pessoas que sofrem com o TOC tem alguns comportamentos repetitivos, como lavar as mãos, fechar as portas, hábitos de organização ou checagem das coisas diversas vezes seguidas.
A rotina também de contar histórias, rezar a todo momento ou repetir as palavras". "Esses pensamentos precisam ser percebidos pelos pacientes como sendo de origem interna e não vindos por meio de um agente externo como ocorre em outros transtornos, como a esquizofrenia".
Além disso, os pacientes com esse distúrbio sentem muito medo e por isso verificam inúmeras vezes se a porta ou janelas estão fechadas e se o gás foi desligado. Essa sensação de pavor faz com que ele se sinta sujo e tenha medo de estar contaminado, o que desencadeia diversos comportamentos como, tomar banho por longos períodos repetidamente e lavar as mãos inúmeras vezes, causando até mesmo feridas na pele.
"Também se faz presente em alguns casos a necessidade de se buscar uma organização, uma simetria e harmonia exagerada de objetos e coisas significativas, o que despende muito do tempo e da concentração do portador de TOC", explica a psicóloga.
A especialista ressalta aina que outro sintoma é a tentativa de frear pensamentos de cunho sexual ou religioso, evitando assim um mal maior, há o medo de cometer por impulso algo neste âmbito que não seja apropriado ou ainda que possa ser violento, como por exemplo, cometer uma blasfêmia religiosa.
Como é o tratamento?
Por se tratar de um distúrbio que não tem cura, é recomendado a terapia cognitivo-comportamental e medicamentos que inibem a serotonina, geralmente utilizado para o tratamento da depressão. Mas, é necessário que haja um acompanhamento multidisciplinar de especialistas (psiquiatra e psicólogo).
Vale também a dica principal que é conversar com o seu médico sobre os riscos e benefícios dos remédios recomendados.
Os pacientes que sofrem com esse transtorno precisam de apoio dos familiares e amigos, por isso, não culpe a pessoa pelo que ela está passando, incentive ela a buscar ajuda e tente se acostumar com os rituais realizados por conta disso, e o mais importante ajude o indivíduo a se sentir menos culpado pelos sintomas do TOC.
Consultoria: Ana Maria Colete Chalfun Puech, psicóloga. CRP: 06/128832