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Mais simples e barato, tratamento contra HIV é testado

Novo tratamento com dois fármacos anti-retrovirais, um deles genérico, é igualmente eficaz que o tratamento triplo habitual contra o HIV

1 jun 2015 - 08h50
(atualizado às 11h19)
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Um novo tratamento com dois fármacos anti-retrovirais, um deles genérico, igualmente eficaz que o tratamento triplo habitual contra o HIV, tem a mesma tolerância e é mais barato, segundo um estudo dirigido pelos hospitais espanhóis.

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O estudo, que foi publicado nesta segunda-feira pela revista "Lancet Infectious Diseases", confirma que é possível simplificar o tratamento do HIV com a mesma eficácia que os fármacos atuais, segundo explica o chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e HIV do Hospital Clínic de Barcelona, Josep María Gatell.

Foto: iStock

Como a infecção pelo vírus do HIV se transformou em uma doença crônica graças aos fármacos que impedem sua replicação, os médicos estão buscando estratégias terapêuticas que simplifiquem o tratamento para melhorar a aderência dos pacientes e o custo-benefício.

Assim, o estudo desenhado e coordenado pelo diretor científico do grupo de Aids e Doenças Infecciosas do Hospital La Paz de Madri, José R. Arribas, e pelo doutor Josep María Gatell, demonstra que o tratamento com dois fármacos anti-retrovirais tem a mesma eficácia e o mesmo grau de tolerância que o tratamento triplo padrão.

Gatell lembra que as pessoas infectadas pelo vírus do HIV têm que seguir com um tratamento anti-retroviral, que, embora não cure a infecção, consiga diminuir a carga viral até níveis indetectáveis e o risco de transmissão do vírus, com o qual as pessoas infectadas possam levar uma vida sã.

No entanto, os guias clínicos atuais ainda recomendam seguir com um regime anti-retroviral padrão com três fármacos quando os pacientes conseguiram controlar a carga viral.

O estudo, em que participaram 250 pacientes de 32 hospitais da Espanha e França, compara um tratamento dual com o tratamento padrão com três fármacos.

Os pesquisadores administraram o tratamento dual com um inibidor da protease, 'lopinavir-ritonavir', e um inibidor da transcriptase inversa -enzima necessária para que o vírus se replique-, a 'lamivudina', ou continuaram com o tratamento triplo que já estava sendo ministrado nos pacientes com estes dois fármacos, mais outro inibidor da transcriptase inversa.

Os resultados demonstraram que a combinação de dois fármacos permite manter a carga viral baixa com a mesma eficácia e melhor tolerância que com três.

Gatell avança, além disso, que "o estudo abre as portas para testar outras combinações duplas em paciente selecionados com carga viral já indetetável".

Por sua lado, o doutor Arribas considera que graças aos resultado do estudo "dispomos de uma estratégia de tratamento contra o HIV que vai evitar aos pacientes alguns efeitos tóxicos. Além disso, representa uma economia, já que são utilizados só dois remédios e um deles já é genérico".

No estudo, financiado por Abbvie Pharmaceutical, participaram também pesquisadores de outros hospitais espanhóis e vários franceses.

EFE   
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