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Tratamento para calvície pode melhorar a autoestima

Tricologista ensina como identificar os sinais da condição e como tratá-la

31 mar 2023 - 11h00
(atualizado às 13h45)
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Cirurgia de transplante capilar melhora resultados psicossociais dos pacientes afetados
Cirurgia de transplante capilar melhora resultados psicossociais dos pacientes afetados
Foto: Garnar | Shutterstock / Portal EdiCase

Os procedimentos estéticos estão evoluindo constantemente e, cada vez mais, é possível amenizar imperfeições e realçar a beleza. Apesar de esse mercado ter um apelo totalmente voltado à aparência física, existem outros ganhos que os tratamentos podem oferecer, como a melhora da autoestima.

A calvície é o pesadelo de muitas pessoas, e existem diversos fatores que podem desencadeá-la além da genética - por exemplo, doenças autoimunes, cicatrizes, uso de bonés e chapéus, medicamentos, entre outros. Porém, o problema vai além da perda de cabelo, perde-se também a autoconfiança.

Como a calvície afeta a saúde mental?

Segundo uma pesquisa publicada no Journal Cosmetic Dermatology, pacientes que sofrem com calvície e problemas relacionados à saúde mental, entre eles, a depressão e a ansiedade, sentiram uma melhoria em relação ao transtornos, após o transplante capilar.

"A perda de cabelo pode afetar a forma como a pessoa enxerga a vida, impactando várias esferas, desde a profissional, a social [até] a amorosa", afirma o médico tricologista Julio Pierezan, especialista em transplante capilar, que também já sofreu com a condição aos 18 anos.

"Eu tinha muita vergonha de quem era por conta da minha calvície. Minha autoestima era muito baixa. Até que resolvi fazer o transplante capilar. Foi nesse momento que escolhi ser um especialista nessa área para ajudar as pessoas. Sem contar que a minha vida mudou positivamente", relembra.

A conclusão que chegou a pesquisa, realizada com 35 homens, foi que a cirurgia de transplante capilar melhorou os resultados psicossociais dos pacientes afetados e eles experimentaram menos solidão, ansiedade e tristeza após a cirurgia.

Como identificar os sinais da calvície?

Nem sempre é tão simples, pois a progressão pode ser bem lenta, dificultando a visualização da perda de cabelo. Quando o assunto é alopecia androgenética, aquela que é causada por alterações genéticas, os primeiros sintomas tendem a surgir no fim da adolescência/no início da vida adulta. Neste caso, costuma ocorrer o aprofundamento das entradas ou o afinamento dos fios. Porém, esse processo pode levar anos.

Quando o problema é causado por fatores externos, a evolução tende a ser mais rápida, facilitando o diagnóstico. Em todo caso, assim que o paciente notar qualquer mudança, não só a queda, mas a rarefação e até uma certa transparência do couro cabeludo, o ideal é buscar ajuda de um profissional para uma avaliação.

Os tratamentos para calvície variam de acordo com a necessidade do paciente
Os tratamentos para calvície variam de acordo com a necessidade do paciente
Foto: freepik | freepik / Portal EdiCase

Como funciona o tratamento para a calvície?

Muitos desconhecem os procedimentos e acabam não buscando ajuda após o início da rarefação dos fios ou quando estão com as famosas entradas. Essa progressão da queda, às vezes, têm um impacto tão negativo nos pacientes que pode fazer com que as pessoas recorram a uma série de soluções. Contudo estas, em vez de melhorarem o problema, tendem a tornar o indivíduo ainda mais dependente e inseguro, como uso de chapéus, bonés, micropigmentação e maquiagens temporárias.

"É preciso falar abertamente sobre o problema e entender que não há motivos para se envergonhar. Somente por meio dessa postura vamos conseguir romper preconceitos que causam tanto sofrimento às pessoas. Não é errado querer mudar algo em você, desde que os motivos dessa escolha sejam genuinamente seus. Ou seja, se isso te fará se sentir melhor, vá em frente", aconselha o especialista, que é membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC) e da World FUE Institute.

Os tratamentos vão variar de acordo com a necessidade do paciente. Em alguns casos, é possível usar apenas medicamentos via oral e de uso tópico. Entretanto, o transplante capilar entra quando as falhas são visíveis e/ou já não há mais cabelo. "Retiramos os fios de uma região doadora, que não é suscetível ao hormônio da calvície, e implantamos na outra", conta o especialista.

Pessoas carecas podem fazer implante capilar?

De acordo com Julio Pierezan, os pacientes que possuem uma perda muito grande e não têm fios suficientes para doar de uma área para outra não podem recorrer a parentes/amigos. Neste caso, ele recomenda a técnica chamada body hair transplant. Ela utiliza pelos extraídos de outras partes do corpo, como do peitoral e da barba para implantar no couro cabeludo.

"Assim como no caso do transplante convencional, os resultados são definitivos e os fios implantados não sofrem afinamento, mas eles podem cair eventualmente devido a quadros de estresse, doenças e uso de medicamentos. Mas, em condições normais, isso não se aplica", conclui o especialista.

Por Ana Marigliani

Portal EdiCase
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