Unicef lança inteligência artificial para apoiar adolescentes com HIV
Kefi foi desenvolvida pela startup (empresa nascente) de tecnologia e de impacto social Talk2U e seu conteúdo foi cocriado por jovens e especialistas da área
Já está disponível na internet o chatbot lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) para apoiar adolescentes e jovens portadores de HIV. Kefi é a primeira inteligência artificial não-binária vivendo com HIV. Desenvolvida para oferecer apoio anônimo e gratuito, a ferramenta pode ser acessada por meio do WhatsApp.
Kefi foi desenvolvida pela startup (empresa nascente) de tecnologia e de impacto social Talk2U e seu conteúdo foi cocriado por jovens e especialistas da área. "Ela foi construída para dialogar com os adolescentes e jovens", disse, nesta segunda-feira (13), à Agência Brasil, a chefe de Saúde, Nutrição e HIV/Aids do Unicef no Brasil, Luciana Phebo. A Kefi pode ser acessada por meio do Whatsapp ou pelo número +55 11 5197-4395.
Dados mais recentes do Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram notificados 40.880 casos de HIV positivo no Brasil, sendo quase a metade (18.013) no grupo etário de 15 a 29 anos de idade. A notícia do diagnóstico, porém, nem sempre vem acompanhada de acolhimento e informação adequada para esse público.
Transformando vidas
"Vimos uma enorme necessidade de levar informações que transformam a vida das pessoas com HIV sobre como fazer o teste. A adesão ao tratamento deve ser feita logo que recebe o resultado. São informações que ajudam o jovem que recebe diagnóstico de Aids, e também apoia no coletivo. Sabemos que a adesão ao tratamento cada vez mais precoce diminui a chance de transmitir o vírus da Aids. E a inteligência artificial não só atende ao indivíduo, mas também ao coletivo", destacou Luciana Phebo. O chatbot oferece também apoio psicossocial.
Luciana reconheceu que muitos adolescentes e jovens, quando recebem o diagnóstico de Aids, se revoltam e têm muito medo. Por outro lado, apontou que alguns profissionais de saúde não estão preparados, muitas vezes, para tratar com essa parcela da população, e acabam causando seu afastamento do tratamento necessário.