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Uso do Ozempic aumenta em cerca de 7% entre trabalhadores

Levantamento analisou 4300 colaboradores de 250 empresas no Brasil

2 set 2024 - 06h25
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Resumo
A Vidalink aponta aumento de 6,79% no subsídio de Ozempic, destacando preocupação com uso inadequado e ressalta a importância do acompanhamento profissional no tratamento do diabetes tipo 2.
Foto: Montagem Homework

Novo levantamento da Vidalink, empresa de plano de bem-estar corporativo do Brasil, destaca aumento de 6,79% no subsídio de unidades do Ozempic no primeiro semestre de 2024, entre 4300 colaboradores de 250 empresas no país, comparado ao primeiro semestre de 2023. Em relação ao primeiro semestre de 2022, esse crescimento chega a 24%, indicando o reflexo do aumento da popularidade do medicamento nos últimos anos com a adesão ao tratamento. 

O acréscimo, no entanto, se torna uma preocupação para as empresas a partir do momento que o uso prescrito do Ozempic para o tratamento do diabetes tipo 2 é reaproveitado de maneira inadequada, com finalidades estéticas, sem incluir acompanhamento profissional nos programas de benefícios.

Segundo Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, embora o Ozempic ganhe destaque pelo efeito emagrecedor, é preciso combinar o subsídio de medicamento com o acompanhamento profissional adequado para garantir um tratamento eficaz. “Devemos combater a desinformação sobre os efeitos do Ozempic para garantir seus benefícios positivos”, ressalta. 

O levantamento considera o subsídio realizado pelas empresas para apoiar seus colaboradores em tratamentos medicamentosos com prescrição.

“A motivação estética não deve prejudicar a importância do medicamento como parte do tratamento do diabetes tipo 2”, diz Luis González.

O Ozempic é o nome comercial de um medicamento injetável que tem como princípio ativo a semaglutida, uma forma sintética do hormônio GLP-1. É um medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento do diabetes tipo 2. 

Para entender mais a repercussão e o impacto do Ozempic no ambiente de trabalho, ouvimos dois especialistas: o endocrinologista Daniel Vicaria e a nutricionista Clarissa Fujiwara.

Por que ganhou popularidade?

O Ozempic começou a chamar atenção pelos seus efeitos no emagrecimento,  amplamente repercutido por celebridades e influenciadores nas redes sociais. Os estudos na endocrinologia apontam uma perda de peso (ponderal) de até 18%.

A introdução do Ozempic no mercado trouxe uma nova perspectiva para o tratamento do diabetes, aponta o endocrinologista. 

“Embora nem todas as pessoas obesas desenvolvam diabetes, todos os pacientes diabéticos têm ou tiveram algum grau de obesidade. A eficácia do Ozempic em promover a perda de peso, na verdade, está ligada ao tratamento do diabetes tipo 2. Quando você ganha peso, a gordura começa a se acumular no fígado, no coração e no pâncreas, por exemplo, levando ao estresse oxidativo no corpo. O início de muitas doenças está relacionado ao acúmulo excessivo de gordura, decorrente do excesso de peso”, explica Daniel Vicaria.

Segundo o especialista, a redução de aproximadamente 15% do peso corporal pode reverter o diabetes em até 90% dos casos. Perdas sustentáveis de 10% e 5% do peso corporal podem reverter a doença em 60% e 30% dos pacientes, respectivamente.

Quais são os principais riscos e benefícios?

A nutricionista Clarissa Fujiwara alerta sobre os riscos quando o uso do medicamento ultrapassa sua finalidade de saúde. 

“Uma luz de alerta se acende quando a busca por resultados se baseia em metas estéticas não saudáveis. Isso pode impactar negativamente a esfera física, levando a comportamentos alimentares inadequados, como dietas extremamente restritivas ou padrões alimentares insustentáveis, além de prejudicar as relações sociais e as atividades cotidianas”, diz ela.

Para Daniel, o único efeito negativo do Ozempic não está vinculado à semaglutida, mas ao uso inadequado: "Hoje, ainda é difícil determinar se o uso do medicamento pode ser considerado negativo. O principal efeito prejudicial ocorre quando pacientes se automedicam, depositando todas as suas esperanças apenas no Ozempic, sem as devidas orientações e supervisão adequadas. Isso se deve tanto pelo hiperestímulo ao consumo, provocado pelas redes sociais, quanto a carência na fiscalização, inclusive de profissionais não especializados que prescrevem o medicamento”.

O uso irregular também pode impactar a qualidade de vida do indivíduo, afirma Clarissa: “Acompanhei pacientes que, apesar de apresentarem uma perda de peso considerável em um período curto, usavam a semaglutida de forma irregular e sem seguir as recomendações médicas. Esses pacientes sofriam frequentemente com efeitos gastrointestinais como náuseas e constipação. Além disso, a adoção de uma dieta extremamente restritiva para atender às necessidades mínimas resultava em indisposição para realizar exercícios físicos — apesar de reconhecerem a importância — e também para realizar atividades cotidianas, o que afetava diretamente sua qualidade de vida”.

Como as empresas podem apoiar o uso saudável do Ozempic?

Os especialistas ressaltam que o Ozempic pode ser utilizado de maneira saudável, desde que seja acompanhado por escolhas conscientes a longo prazo. “O tratamento medicamentoso deve estar associado à mudança de estilo de vida, que inclui alimentação saudável, redução do tempo sedentário, estímulo à prática de exercícios físicos, gerenciamento do estresse e qualidade do sono”, recomenda a nutricionista.

“A mudança requer meses, anos ou até décadas de adaptação e a criação de um ambiente que não induza ao erro antes de reduzir gradualmente os medicamentos que ajudaram a atingir o objetivo”, comenta Daniel.

Nas empresas, o subsídio de medicamentos é um passo importante no suporte financeiro ao bem-estar dos colaboradores, mas não deve ser o único. 

"Como parte de uma cultura de bem-estar, é essencial que a empresa ofereça aos colaboradores certos acompanhamentos profissionais para promover uma mudança saudável e significativa nos hábitos, sempre levando em conta que o programa de benefícios deve ser adaptado conforme as necessidades específicas de cada colaborador. Por exemplo, um paciente com diabetes tipo 2 deve receber orientações específicas de alimentação, prática de atividades físicas e uso regular do Ozempic", finaliza Luis González.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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