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USP desenvolve vacina por spray nasal contra covid-19

Testes em animais devem começar nos próximos três meses e, caso seja aprovado, preço estimado do produto seria de R$ 100

26 jun 2020 - 13h41
(atualizado às 14h03)
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Uma vacina por spray nasal contra o novo coronavírus está sendo desenvolvida por cientistas da Universidade de São Paulo (USP). Um protótipo de imunização já foi aplicado para combater a hepatite B em camundongos, que devem ser testados nos próximos três meses com um novo modelo redirecionado para coibir a SarS-Cov-2. Caso seja aprovado, o a estimativa é que o produto seja comercializado por aproximadamente R$ 100.

A nanopartícula foi desenvolvida a partir de uma substância natural, dentro da qual foi colocada uma proteína do vírus da covid-19. Com propriedade muco-adesiva, ela permite que o material permaneça nas narinas de três a quatro horas até ser absorvido pelo organismo e não seja expelido por espirros. Uma vez administrada, ela ativa a resposta imune pela produção da imunoglobulina A secretora (sIgA) - anticorpos presentes na saliva, na lágrima, no colostro e em superfícies do trato respiratório, intestino e útero.


30/03/2020 REUTERS/Thomas Peter
30/03/2020 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

A pesquisa é coordenada pelo médico veterinário Marco Antonio Stephano, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), que desenvolve modelos vacinais na USP desde 2009. "Além de inibir a entrada do patógeno na célula, a vacina impedirá a colonização deles no local da aplicação", afirma ao Jornal da USP.

Vantagens da aplicação nasal

A aplicação nasal da vacina seria mais vantajosa em relação às formas injetáveis por se tratar de um vírus que ataca o sistema respiratório e o modelo agir especificamente na área de maior risco da infecção, além de ser bem aceita por crianças e idosos, com menos reações ou efeitos colaterais. Para garantir a imunização, serão necessárias quatro doses - duas em cada narina, aplicadas a cada 15 dias.

O projeto ainda está sendo desenvolvido em parceria com virologistas e imunologistas do Instituto de Ciências Biomédicas, especialistas em nanotecnologia do Instituto de Química da USP, pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP, da Unicamp, e uma startup.

Estadão
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