Usuários de Ozempic sofrem convulsões após uso de versão falsificada
Casos são registrados na Áustria para onde a Agência Europeia já havia enviado alertas sobre a circulação de versões falsas do medicamento
O uso de falsas versões do Ozempic fez diversas pessoas serem hospitalizadas na Áustria. São indivíduos apresentando episódios graves de hipoglicemia e convulsões, segundo o Gabinete Federal de Segurança Sanitária (BASG, na sigla em inglês).
Foi por conta desses sintomas que se identificou a falsificação. A avaliação é de que os pacientes ingeriram medicamentos com insulina, e não semaglutida — verdadeiro principal ativo do Ozempic.
"Os pacientes são advertidos com urgência e veemência contra qualquer pedido não autorizado de Ozempic na internet. O Ozempic verdadeiro só pode ser adquirido mediante prescrição médica e dispensado em uma farmácia pública. Essa é a única maneira de garantir que o produto comprado é um medicamento aprovado, bem testado, seguro, eficaz e, portanto, autêntico", disse o BASG em comunicado publicado na segunda-feira (23).
Segundo a agência Reuters, o órgão sanitário não informou o número específico de pessoas afetadas, tampouco a duração ou extensão dos sintomas. O gabinete se dedica a conduzir uma investigação para esclarecer o crime.
Alerta internacional
Esse comunicado ocorre menos de uma semana após a Agência Europeia de Medicamento (EMA, na sigla em inglês) lançar um alerta de preocupação quanto à circulação de versões falsas do remédio na Áustria e também na Alemanha. Como o BASG esclarece, a própria embalagem dá indícios de falsificação, com mudanças no tom de azul da caneta injetável e o número indicando a quantidade a ser usada, inexistente na versão original.
Produzido pela farmacêutica Novo Nordisk, o Ozempic é indicado para casos de diabetes tipo 2. No entanto, se popularizou com o uso off-label para tratamento de pacientes com obesidade ou sobrepeso.
Em março, a alta procura pelo remédio chegou a provocar falta nos estoques de farmácias brasileiras. À época, representantes da comunidade médica já expressavam preocupação com o uso indiscriminado da droga que pode desencadear graves reações adversas, como pancreatite.