Vacina contra HPV passa a ser indicada para pessoas com papilomatose respiratória; conheça a doença
Condição tem consequências clínicas e psicológicas graves, segundo Ministério da Saúde
Os pacientes com papilomatose respiratória recorrente (PRR) foram incluídos no grupo prioritário para a vacinação contra o HPV (sigla para papilomavírus humano). De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança foi motivada por estudos que mostraram os benefícios da vacina no tratamento dos pacientes com PRR.
Agora, os pacientes com a doença podem tomar a vacina gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da apresentação de uma prescrição médica. Os menores de idade precisam levar ainda um documento que ateste o consentimento dos pais ou responsáveis, segundo a pasta.
Importância da mudança
A papilomatose respiratória recorrente (PRR) é uma doença pouco frequente, em geral benigna, causada pelo HPV tanto em adultos quanto em crianças, segundo o Ministério da Saúde. A sua principal característica é a formação de verrugas, geralmente na laringe, mas que também podem afetar outras partes do sistema respiratório.
O PRR tem consequências clínicas e psicológicas graves devido ao seu tratamento custoso e, muitas vezes, ineficaz, segundo a pasta. Isso acontece porque mesmo após a realização de cirurgias para a remoção das verrugas, o quadro costuma retornar e, geralmente, de forma mais agressiva, o que expõe o paciente a mais cirurgias e medicamentos.
Foi justamente esse cenário desafiador que motivou os estudos a respeito do uso da vacinação contra HPV como um fator auxiliar de tratamento para o PRR. Estes tiveram resultados animadores e indicaram uma menor taxa de retorno da doença, assim como maiores intervalos entre um quadro e outro.
Por isso, segundo a infectologia Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a inclusão desses pacientes no grupo preferencial de vacinação contra o HPV é extremamente importante.
Vacina contra HPV
Até então, a vacinação contra o HPV no Brasil era indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade; vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente; pessoas que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos./ COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL