Vírus de Marburg: OMS publica informe sobre risco de espalhamento da doença
No país africano, 11 morreram e 48 contatos estão em acompanhamento; da família do Ebola, o vírus é um dos mais letais do mundo, mas entidade vê chance baixa de uma epidemia global
O risco global de espalhamento do vírus de Marburg, da mesma família do Ebola, que causa surto na Guiné Equatorial, é baixo, informou em comunicado publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no sábado, 25. Em nível nacional, porém, ele é alto. Já se considerar a abrangência regional (África), o risco é moderado.
"Os movimentos populacionais transfronteiriços são frequentes e as fronteiras são muito porosas, entre os distritos de Ebebiyin e Nsock Nsomo (Guiné Equatorial), Camarões e Gabão. Isso constitui um risco de propagação transfronteiriça", explicou a OMS, em comunicado.
Especialistas ouvidos pelo Estadão quando o vírus foi identificado já haviam destacado que, com o conhecimento que se tem por sobre o Marburg, a "exportação" de casos para outros países até pode ocorrer, mas uma disseminação que resulte em outra pandemia é pouco provável. Entre os motivos para isso, estão a elevada letalidade do vírus, o pequeno número de assintomáticos e o rápido avanço do quadro clínico.
No dia 13 de fevereiro, a regional da OMS na África informou que a Guiné Equatorial havia confirmado seu primeiro surto do vírus de Marburg.
Nesta terça-feira, 28, o governo de Guiné Equatorial informou que o número de mortes chegou a 11. "Até o momento, contamos com 48 contatos, dos quais quatro desenvolveram sintomas objeto de vigilância, (e) três se encontram em isolamento hospitalar", acrescentou.
Segundo a OMS, todos as primeiras nove vítimas estiveram em contato com um parente com os mesmos sintomas ou participaram do enterro de uma pessoa com sintomas compatíveis com o da enfermidade. A agência destaca que, neste momento, "pode haver cadeias de transmissão que não foram rastreadas" (subnotificação de casos).