Síndrome de Burnout teve aumento de 37% em pesquisas no ano de 2024
Saiba o que é síndrome de burnout e os sintomas da doença, também conhecida como esgotamento profissional.
A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional ocupacional que afeta diversos profissionais, causando sintomas físicos e psicológicos.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é considerada um distúrbio emocional altamente incapacitante e traz consequências diversas para a vida de uma pessoa.
Não à toa, o problema passou a ser considerado uma doença ocupacional em atualização promovida pelo Ministério da Saúde em 2024.
O nome da doença vem dos termos em inglês “burn” (queima) e “out” (exterior), o que pode ser entendido, em tradução livre, como esgotamento.
Com as mudanças nas relações de trabalho e na execução de atividades em diferentes carreiras, muitos profissionais estão sujeitos a lidar com problemas como excesso de trabalho, estresse, exaustão ou esgotamento mental e físico, que são elementos presentes em casos de síndrome de burnout.
De acordo com especialistas, a doença é comum em carreiras diversas, como professores, policiais, bancários, operadores de telemarketing, jornalistas, enfermeiros e médicos, sempre em que diferentes elementos relacionados à atividade profissional provocam excesso de trabalho e contribuem para a exaustão.
Pessoas que possuem mais de um emprego ou que lidam com uma dupla jornada de trabalho, o que é comum no caso das mulheres, também estão mais suscetíveis a desenvolverem o esgotamento profissional.
Sem o tratamento adequado, o esgotamento pode causar ou agravar outros problemas de saúde já existentes, como a depressão.
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout é considerada um distúrbio psíquico provocado pelo estresse, tensão emocional e excesso de trabalho no ambiente profissional, que geram uma exaustão mental em trabalhadores. O esgotamento é comum em áreas que tenham situações de trabalho desgastantes, com alta competitividade, responsabilidade ou sob grande pressão.
O esgotamento profissional pode causar, por exemplo, a sensação de que os objetivos profissionais são difíceis de serem alcançados. Quem sofre da síndrome também pode sentir não ter capacidade para cumprir entregas, executar atividades ou alcançar metas da empresa.
Além de problemas de ordem emocional, o burnout ainda pode causar sintomas físicos, o que torna a vítima da doença ainda mais vulnerável e propensa a quadros de saúde mais severos.
Carreiras em que existem altos níveis de estresse, cobrança, competitividade e responsabilidade costumam aumentar as possibilidades de desenvolvimento da síndrome de burnout em seus funcionários.
Dessa maneira, o problema é considerado uma doença ocupacional, já que as condições de trabalho são as causadoras do distúrbio emocional.
Segundo levantamento da Medprev, a busca online por termos relacionados à síndrome do burnout aumentou 37% entre janeiro e julho de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, o volume de pesquisas em 2023 e 2024 superou todos os outros anos anteriores. O aumento de diagnósticos e a classificação como doença ocupacional são algumas das razões para esse aumento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a síndrome do burnout como uma doença ocupacional desde 2022, com o código QD85 na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). O reconhecimento atualizou o código da síndrome do esgotamento profissional presente na CID-10, que era o Z73.
Quais são os sintomas da síndrome do burnout?
A síndrome do burnout provoca uma série de sintomas que não podem ser desconsiderados para a comprovação de um diagnóstico.
Além do sofrimento psicológico, nervosismo, estresse e desânimo constantes que são indicativos do quadro, os sintomas mais comuns do esgotamento profissional costumam ser:
- Sensação de exaustão, com grande cansaço mental e físico;
- Falta de motivação;
- Dificuldade de concentração;
- Falhas e lapsos de memória
- Insônia;
- Sentimento de insegurança, fracasso, incompetência, autocobrança, culpa e negatividade constantes;
- Alterações de humor;
- Isolamento social e emocional;
- Baixa autoestima;
- Alterações na respiração e nos batimentos cardíacos;
- Mudanças no apetite;
- Fadiga;
- Dor de cabeça e dores musculares;
- Problemas de ordem gastrointestinal.
Em algumas situações, os sintomas podem estar presentes na véspera do dia de trabalho ou horas antes do expediente, ou em situações profissionais que possam gerar ansiedade ou estresse. Além disso, mesmo sintomas iniciais de intensidade leve podem indicar a presença da síndrome do burnout.
Quais são as fases da síndrome de burnout?
Especialistas entendem que existem 3 dimensões relacionadas ao burnout: exaustão emocional, despersonalização e falta de realização profissional.
Além disso, os psicanalistas Herbert Freudenberger e Gail North elencaram 12 estágios da síndrome, destacando que as pessoas podem passar por todos eles ou por apenas alguns, independentemente de ordem:
- Compulsão em mostrar o próprio valor na execução de atividades;
- Incapacidade de se afastar do trabalho, como em momentos de folga ou finais de semana;
- Negação de necessidades básicas em sacrifício do trabalho;
- Fuga da realidade ou de conflitos;
- Reinterpretação de valores, relegando momentos de descanso, amizades e família em segundo plano, priorizando apenas o trabalho;
- Intolerância e agressividade com outros profissionais;
- Distanciamento de familiares e amizades, com prejuízos à vida social;
- Alterações de personalidade e comportamento, com o aparecimento de apatia, tristeza ou timidez excessivas, por exemplo;
- Despersonalização, quando o indivíduo não percebe suas próprias necessidades ou seu próprio valor;
- Sentimento de vazio e desconforto, que podem gerar compulsões;
- Depressão, com sentimentos como a perda de sentido da vida e exaustão;
- Síndrome de burnout, com o esgotamento mental e físico, que pode envolver pensamentos suicidas ou similares.
O que fazer em casos de síndrome de burnout?
Diante de suspeitas de síndrome do burnout, é importante procurar ajuda profissional. Especialistas como psicólogos, psiquiatras e médicos do trabalho são alguns dos profissionais que podem contribuir para o tratamento.
- Leia também: Síndrome de burnout: entenda como tratar a condição
É fundamental contar com o diagnóstico da síndrome de burnout, após análise clínica. O tratamento pode envolver psicoterapia e, também, medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos, receitados por psiquiatra.
Além disso, os profissionais podem gerar laudos com recomendações para afastamento da vítima do esgotamento de seu ambiente de trabalho durante o tratamento, para que o quadro de burnout não seja agravado.
No caso de funcionários que trabalham com registro em carteira de trabalho, o afastamento é providenciado pelo INSS, a partir da apresentação de relatórios e laudos de especialistas que atestem a síndrome de burnout. Com o envio da documentação e análise do INSS, o paciente poderá ficar afastado de suas funções pelo período recomendado pelos profissionais de saúde.
Pelo caráter ocupacional da doença, o instituto poderá também entender que o trabalhador terá direito ao auxílio por incapacidade temporária acidentário (benefício B91 do INSS). Além de remuneração, o benefício fornece estabilidade no emprego durante 12 meses após o retorno às atividades profissionais.
Além do afastamento do trabalho, da psicoterapia e das medicações, o tratamento do burnout também envolve alterações no estilo de vida e nas condições de trabalho.
Com isso, podem ser recomendadas atividades físicas, mudanças no horário de expediente, criação de momentos de descanso durante o trabalho, hobbies e outras práticas que evitem o esgotamento mental. O tratamento pode levar mais de 3 meses.
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