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Suplementos alimentares e vitamínicos: necessidade ou apenas moda?

Consumo cresceu desde ano passado e tipos variam bastante, mas especialistas alertam para eficácia e necessidade real de tais produtos

4 nov 2024 - 05h02
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No primeiro semestre de 2024, o consumo de suplementos alimentares e vitamínicos aumentou 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior
No primeiro semestre de 2024, o consumo de suplementos alimentares e vitamínicos aumentou 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior
Foto: iStock

Nos últimos anos, o uso de suplementos aumentou significativamente, até entre os mais jovens, como parte de uma rotina saudável. No primeiro semestre de 2024, o consumo de suplementos alimentares e vitamínicos aumentou 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em junho, o consumo cresceu 11,9% em relação ao mesmo mês de 2023, de acordo com os cálculos realizados pela Websetorial, em boletim econômico elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD).

Cápsulas para as unhas, para o cabelo, vitaminas, colágeno, tudo isso faz parte da nova tendência de lifestyle fitness e bem-estar. No entanto, é necessário questionar a moda e se perguntar: esses produtos são seguros? Efetivos? Realmente necessários? Pesquisadores e especialistas afirmam que depende.

Fatores como o acesso à informação através das redes sociais e o impacto da pandemia de Covid-19 levaram muitas pessoas a buscarem formas de fortalecer o sistema imunológico e melhorar a saúde geral. Essa cultura de prevenção tem gerado uma demanda crescente por produtos que prometem resultados rápidos e eficazes.

"Essa tendência veio da pós-modernidade, onde as pessoas começaram a trabalhar mais e ficaram com menos tempo para fazer a sua alimentação de maneira correta e natural, e aí a indústria se aproveitou disso", reforça Sabrina Franco, nutricionista da Faculdade FMU, especialista em transtornos alimentares, obesidade e cirurgia bariátrica. 

É importante ressaltar que muitos produtos disponíveis no mercado não têm comprovação científica. Um estudo de 2023 indicou que cerca de 40% dos suplementos vendidos podem não conter os ingredientes listados no rótulo, segundo Pieter Cohen, um pesquisador clínico da Cambridge Health Alliance e da Harvard Medical School em Cambridge, Massachusetts (EUA).

"Se você não tiver uma microbiota funcionando adequadamente, não conseguirá absorver as vitaminas e minerais de forma eficaz. Além disso, muitos suplementos vendidos nas farmácias são comercializados em quantidades mínimas que, na verdade, não têm efeito significativo na sua suplementação, especialmente no que diz respeito a vitaminas e minerais. Isso não se aplica à suplementação de creatina e proteínas, que pertencem a outro grupo", complementa Sabrina.

O uso excessivo de suplementos pode acarretar sérios problemas de saúde. Além disso, o consumo indiscriminado pode levar a interações medicamentosas, complicando condições de saúde já existentes. "Dependendo do suplemento, de maneira geral, pode haver toxicidade, sobrecarga de rins e fígado, aumento de ansiedade e até problemas cardíacos, especialmente com suplementos estimulantes como cafeína. Outro risco importante é a interferência na absorção de nutrientes ou até mesmo de medicamentos", afirma Renata Farrielo, nutricionista comportamental, pós-graduada em nutrição esportiva pela Universidade São Camilo.

Para saber se você realmente precisa de suplementos, é fundamental consultar um profissional de saúde que possa realizar uma avaliação nutricional. Exames de sangue podem ajudar a identificar deficiências específicas. Além disso, é essencial escolher suplementos de marcas confiáveis, que possuam certificações de qualidade, como as oferecidas pela NSF International ou pela USP.

Entre os suplementos realmente comprovados até agora estão a creatina, que melhora o desempenho em atividades de alta intensidade; o whey protein, que ajuda a atingir a ingestão proteica necessária, especialmente para atletas; Vitamina D e o Ômega-3, comprovadamente benéficos para a saúde óssea e cardiovascular, respectivamente.

Esses produtos têm um histórico de pesquisa que valida seu uso em populações específicas, explicam as especialistas, sendo geralmente considerados seguros quando utilizados corretamente.

Fonte: Redação Terra
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