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Ter namorada virtual será tão comum quanto ter namorada humana

Em uma década, relacionamentos com entidades virtuais serão tão comuns quanto relacionamentos entre humanos

9 set 2023 - 06h30
(atualizado às 10h05)
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Usar a imaginação, a tecnologia ou ambos para se relacionar com alguém que não existe no mundo real é uma possibilidade presente. Seja com bonecas virtuais ou avatares em games. Fora hotlines e serviços de câmeras, para atender a um catálogo de desejos tão grande quanto existem pessoas.

Estas possibilidades sempre foram prato cheio para a ficção, de Kazuo Ishiguro a Ridley Scott. Mas até agora esses relacionamentos atendiam as necessidades humanas de maneira muito limitada.

A maior parte do trabalho era feita pela imaginação do cliente. Os scripts dos avatares digitais eram duros e limitados. Bonecas são só bonecas. Câmeras não permitem proximidade. A intimidade era muito restrita.

Tudo isso acaba de se transformar. Estamos no começo de um salto único na história da humanidade. Entramos na era dos relacionamentos complexos e satisfatórios entre seres humanos e sistemas de computador.

A força da Inteligência Artificial

Porque que os grandes modelos de linguagem como o ChatGPT ampliaram as possibilidades desses companheiros virtuais em duas direções distintas, poderosas e complementares.

Na capacidade de responder de forma estruturada, ordenada, eficiente e sensível a emoções humanas. E na sua habilidade de criar imagens com qualidade altíssima em tempo real, permitindo um espectro infinito de possiblidades gráficas.

Joi (vivida pela atriz Ana de Armas) é a namorada "customizável" do protagonista do filme “Blade Runner 2049"
Joi (vivida pela atriz Ana de Armas) é a namorada "customizável" do protagonista do filme “Blade Runner 2049"
Foto: Reprodução

Somadas, elas permitem que se criem entidades virtuais praticamente indistinguíveis de um correspondente humano, se o meio de comunicação principal entre o humano e o robô é digital. O que obviamente é comum na era das videoconferências e chats por vídeo.

O que estou dizendo é que hoje qualquer um de nós pode criar um companheiro virtual para qualquer finalidade, inclusive amorosa. Mas em breve poderemos criar uma entidade inteligente, sensível e responsiva, disponível imediatamente, 24 horas por dia.

Mais: poderemos escolher todas as características desse companheiro virtual, até os mínimos detalhes. De um jeito impossível de fazer no mundo real, mesmo nos melhores perfis de sites de encontros.

Um cardápio de opções 

Será possível escolher, entre infinitas características, a idade, educação, história, cada traço de personalidade, características físicas infinitas, o estilo de se vestir (e despir), o gosto para música, filmes em livros, as inclinações sexuais… e a lista segue, e segue.

A tecnologia segue correndo a passos largos. Se hoje aplicativos como Replika ainda mostram imagens estáticas, ainda que hiper-realistas, elas avançarão para vídeos em tempo real. Será logo; em meses, não anos.

Em breve cada um de nós terá a opção de ter um amor virtual, em tempo integral ou parcial.

E a partir do momento que forem inventadas, estas entidades serão parte das nossas alternativas sentimentais e sexuais. Com o tempo serão totalmente normalizadas, simplesmente parte do cenário.

Se alguém puder escolher entre um ser humano lindo, dedicado, gentil e infinitamente atento, ainda que ele só exista numa tela, ou outro bagunçado, errático, cansado, imperfeito como cada um de nós, qual será a opção mais tentadora e provável?

(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.

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