Verão democrático: veja como curtir Salvador com qualquer orçamento
A reportagem do Terra reuniu dicas de bares, casas noturnas, praias, hospedagem e restaurantes na capital baiana
"Já pintou verão, calor no coração, a festa vai começar. Carnaval na Bahia, oitava maravilha”. A canção é antiga e conhecida, mas o que muita gente não sabe, é que pode servir para todos. Com alguma exceção para as passagens aéreas, que acabam custando mais ou menos a mesma coisa pra todo mundo, passar alguns dias de verão, ou o próprio Carnaval, em Salvador, não é apenas para quem tem dinheiro sobrando. A reportagem do Terra preparou um roteiro para aqueles leitores que alimentam o sonho de curtir o verão baiano, com muito ou com pouco dinheiro. Dá para gastar muito e para gastar pouco. Tudo depende do bolso e, claro, do gosto de cada turista.
Onde ficar
A escolha da hospedagem deve ser muito bem pensada, porque além de consumir uma parte importante da verba da viagem, pode trazer muito prazer ou muita dor de cabeça. Fizemos as contas de quanto isso pode custar entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março de 2014
Dinheiro sobrando: mesmo que você vá passear muito, vale a pena ter uma cama que lhe dê uma noite de sono divina, um café da manhã saboroso e uma piscina legal, num dia de calor em que você não queira ir para a praia.
Para quem curte intimidade e charme, a dica é o hotel Casa do Amarelinho, já que locais como a Casa das Portas Velhas e o Aram Yami já estão com lotação esgotada para o período. O total em diárias para um casal vai de R$ 3.760 a R$ 5.440, dependendo do luxo que você espera. Tem piscina, academia, internet grátis em todas as áreas e providenciais quartos com isolamento acústico.
Dinheiro contado: não é por isso que você vai ficar à deriva na Bahia. Se a grana está curta, mas você ainda faz questão de um local com estrutura, o Web Hotel é uma opção ao custo de R$ 1.520 pelas quatro diárias, mas sem café da manhã. Fica perto do Shopping Iguatemi, com bom acesso a transporte público e numa área bem silenciosa durante o período carnavalesco.
Mas se você se adapta ao esquema caseiro, dá pra alugar um quarto de casal com chuveiro quente, internet grátis e até vista para um dos circuitos com diárias de R$ 250 no Airbeandbe, que tem sido uma opção interessante para viajantes econômicos.
Onde comer
É comum comer mal em viagens por pura falta de informação. Mas, em Salvador, terra de mesa farta, há boas opções para todos os bolsos.
Dinheiro sobrando: dois restaurantes são quase unanimidades em Salvador e, caso possa pagar, você não deve perder. O mais tradicional deles é o Paraíso Tropical (Rua Edgard Loureiro, 98 B, Cabula – 3384 7464, do chef Beto Pimentel. Ele trabalha com cozinha baiana e sertaneja de maneira bem peculiar, utilizando muitas frutas e legumes da região. Os preços são um pouco salgados, mas a explosão de sabores como a moqueca de camarão com coco verde e o sorbet de pitanga é especial. É um pouco longe do centro, mas vale a pena.
O segundo é o Amado (Av. Lafayete Coutinho, 660, Comércio – 3322 3520), do chef mineiro Edinho Engel, que tem comida, atendimento e ambiente irretocáveis, e fica literalmente em cima da Baía de Todos os Santos. Como preço não é a questão, aproveite o couvert com pães feitos na casa e pratos como os camarões rosa ao molho de gorgonzola e pistache com purê de mandioquinha e espinafre ou o arroz de polvo. A carta de vinhos é muitíssimo completa e os doces também.
Dinheiro contado: se está na chuva, é para se molhar. Aproveite o orçamento limitado para comer o que é típico da Bahia, ou do Nordeste. Moquecas e outros pratos da cozinha baiana não costumam ser baratos, mas servem bem. O Donana, em Brotas, tem bom custo benefício. Come-se muito bem e a conta fica em torno de R$ 35 por pessoa. Pode ser a sua escolha para um almoço especial.
Outra é o carneiro na brasa do Estrela do Horizonte (R. Politeama de Baixo, 313-3329 5050), que vem acompanhado de feijão tropeiro, farofa, purê de aipim e salada verde. Ele serve três pessoas e custa R$39,90. Se der tempo, aproveite o Djalma’s Drinks (R. Minas Gerais, 352, Pituba – 3240-3601), que tem variedade de pratos, como a Carne do Sol com três acompanhamentos por R$ 49,90 para três pessoas.
Onde "tomar uma"
Nas terras quentes do Nordeste, sair à noite para beber cerveja e bater papo é um excelente programa.
Dinheiro sobrando: O D.O.C. (Rua das Dálias, 584, Pituba – 3451-3773) tem um chopp especialmente gelado (R$ 8,20) e um ambiente bacana, no estilo das lanchonetes americanas. Pode ser acompanhado dos vários hambúrgueres especiais da casa, que custam de R$ 30 a R$ 40. Quem não faz questão de estilo pode apostar no Koisa Nossa, na Mouraria. A Antarctica Original custa R$ 7,40 e fica perfeita com o impecável pastel de polvo (R$ 13).
Dinheiro contado: se a ideia é economizar, o Difoca (Av. ACM, 2949, ao lado do Posto Shell Cidadela - , é uma boa pedida. Apesar de funcionar num posto de gasolina, é bem organizado, tem chope bem gelado de 600ml por R$ 5 e até um garçom dançarino. O Líder (Largo Dois de Julho, 82 – 332-8955), tem Antarctica Original a R$ 5,50 e sanduíche de pernil muito bem servido por R$9.
Pra dançar
Sem clichês, Salvador é mesmo uma terra cheia de ritmos, para os mais diferentes gostos. Se música é com você, confira as dicas.
Dinheiro sobrando: se você gosta da música baiana mais conhecida Brasil afora, como axé e pagode, a melhor opção são os camarotes dos ensaios de verão, como Sarau do Brown (R$ 160 no camarote), Timbalada (R$ 160 no camarote), Harmonia do Samba (R$ 80 no camarote) e Olodum (R$ 50/preço único). Nenhum desses é open bar, mas a diversão é garantida. Também dá para curtir a música baiana de outros estilos, incluindo DJs, optando pelo Commons Studio Bar, no Rio Vermelho, que tem ingressos a preços variados a depender da atração, com long neck a R$ 8 e caipiroska a R$ 12.
Dinheiro contado: desde o ano passado, as noites do Pelourinho voltaram a se aquecer e têm coisas legais e de diferentes estilos acontecendo quase diariamente, muitas vezes, de graça. Antes de sair, dá para consultar a programação no site pelourinho.ba.gov.br. Outra ideia é circular pela noite do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Ali há opção de botecos pequenos, cerveja avulsa com vendedores ambulantes e até sentar na balaustrada da orla pra tomar banho de lua e ver o movimento, que é sempre grande até a madrugada.
Na praia
Quem mora no litoral sabe que até para ir à praia é preciso fazer contas. Em Salvador, você pode escolher onde vai tomar seu banho de mar de acordo com quanto quer gastar.
Dinheiro sobrando: como a maioria das capitais com praia, Salvador tem algumas barracas estilosas e cheias de mordomia. As mais conhecidas são a Pipa e a Barraca do Lôro, ambas na Praia do Flamengo. A Pipa cobra pelo “kit praia” (cadeira e sombreiro) e os preços não são amigáveis, mas o local oferece variedade de bebidas e pratos e música boa. O Lôro fica numa área boa para surfe e tem mimos como lojinha, massoterapia, wifi grátis e espaço infantil, com preços igualmente salgados.
Dinheiro contado: com o fim de grande parte das barracas ficou mais fácil ser um “banhista independente” em Salvador. Dá para consumir cerveja dos vendedores com isopor e alugar cadeiras ou levar o próprio “equipamento”. As melhores praias pra esse tipo de passei são Buracão (Rio Vermelho), Barra e Porto (essa nos dias de semana).