Como era a experiência de jantar no famoso Titanic?
Na noite de 11 de abril de 1912, os passageiros da primeira classe do RMS Titanic desfrutaram de uma extravagante refeição que incluía ostras, pato, carne bovina e sorvete francês. Esse raro vislumbre gastronômico foi recentemente leiloado por uma cifra notável, destacando a inusitada descoberta e o fascínio contínuo em torno da tragédia que se desdobraria apenas alguns dias depois.
As refeições no Titanic
A experiência gastronômica a bordo do Titanic era intrinsecamente vinculada à classe social. Os passageiros podiam adquirir passagens de primeira, segunda ou terceira classe, refletindo diretamente nas opções disponíveis em seus cardápios. Alimentar os mais de 2 mil passageiros e tripulantes do Titanic era uma tarefa monumental. Com 69 funcionários na cozinha, o navio servia cerca de 6 mil refeições diárias.
Experiência gastronômica
Com opções como a sala de jantar no convés D e o exclusivo restaurante à la carte no convés A, os passageiros da primeira classe eram imersos em um ambiente de luxo e sofisticação. Testemunhos de sobreviventes descrevem mesas adornadas com rosas e margaridas, enquanto a orquestra tocava obras de Puccini e Tchaikovsky. O menu da primeira classe oferecia uma variedade de pratos requintados, desde ostras e cordeiro até sobremesas como o intrigante "pudim vitoriano".
Para os passageiros de segunda e terceira classe, a experiência era menos opulenta, refletindo-se nas salas de jantar mais simples e nos cardápios menos sofisticados. Para a segunda classe, eram oferecidos pratos como hadoque assado, frango e arroz, enquanto a terceira classe comia rosbife, batatas cozidas e pão sueco. Assim, a distinção social se refletia não apenas nos ambientes, mas também nos cardápios, ilustrando as disparidades entre as diferentes classes sociais a bordo.
Descoberta e leilão do menu de 11 de abril
A recente venda de um menu do Titanic, datado de 11 de abril de 1912, por US$ 102 mil, adiciona uma camada intrigante à história. Descoberto em um álbum pertencente a Len Stephenson, um historiador da Nova Escócia, o cardápio, mesmo danificado pela água, oferece uma rara visão das últimas escolhas gastronômicas da primeira classe. A possível origem próxima de Halifax sugere que Stephenson adquiriu o menu durante os esforços de resgate do Titanic.
A venda de itens do Titanic, como o menu leiloado, suscita debates sobre o destino adequado desses artefatos históricos. Enquanto alguns argumentam que pertencem a museus, outros os veem como testemunhos tangíveis de uma época passada. Independentemente de sua posse, esses objetos contam uma história evocativa de como foi a vida e a morte a bordo do condenado RMS Titanic. As narrativas culinárias entrelaçam-se com a tragédia, oferecendo uma visão única da complexidade humana que transcende os limites do tempo.