Cruzeiros crescem no Brasil e país é 5º no ranking mundial
Há cerca de dois anos o Brasil passou a ocupar uma posição importante no mapa do mercado de cruzeiros marítimos. O país é hoje o 5º no ranking mundial e há boas perspectivas de expansão. Alguns fatores explicam essa posição, como a adaptação das empresas ao mercado brasileiro, o crescimento econômico do país e o consequente aumento do poder aquisitivo.
De acordo com a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), o setor registrou um crescimento de 600% nos últimos 10 anos, se expandindo rapidamente a partir do final dos anos 1990. Só na temporada passada, o impacto na economia nacional foi de R$ 1,4 bilhão. “Isso mostra que, hoje, os cruzeiros marítimos têm um papel fundamental para a economia e o turismo brasileiros”, comenta o presidente da Abremar, Ricardo Amaral.
Segundo Amaral, nos últimos cinco anos as empresas de cruzeiro passaram a investir mais no Brasil, como busca por novos destinos e mercados consumidores. O crescimento tão forte na década se deu por vários motivos. Além do investimento das operadoras, também contou para isso o aumento número de mini cruzeiros, maior oferta de cruzeiros temáticos, temporada mais extensa e o crescimento no número de hóspedes estrangeiros. “As empresas criaram diversos roteiros em destinos variados para atrair o consumidor brasileiro, que por sua vez, sentiu-se encantado com esta nova modalidade de turismo que mistura entretenimento, hospedagem, transporte e alimentação em um único produto”, observa Amaral.
O turista brasileiro faz cruzeiros tanto no país quanto no exterior, em vizinhos da própria América do Sul, Caribe, Estados Unidos e Europa. Para Ricardo Amaral, o brasileiro procura não só o destino, como o momento de viagem para optar por um cruzeiro. A Abremar vê uma grande aceitação do produto cruzeiro entre a população. “A ascensão da casse C é um dos principais fatores que contribuíram para que mais pessoas tivessem acesso à viagem de cruzeiro, não somente as classes A e B. Mas, de fato, os cruzeiros estão deixando de ser viagem elitizada, tradicionais há algumas décadas”, afirma.
O presidente da Abremar avalia que o país pode subir mais no ranking mundial, mas ressalta a necessidade de resolver alguns problemas. “Sabemos que as condições brasileiras limitam o crescimento do setor”, diz, citando a burocracia, o Custo Brasil e a infraestrutura como pontos a melhorar. “Isso prejudica o desempenho do segmento e compromete cenários futuros”. No entanto, ele salienta que as autoridades têm percebido o impacto positivo dos cruzeiros, o que pode acelerar a melhora nos serviços. “Por isso, digo que apesar da atual realidade, somos otimistas, pois nosso país tem um potencial incrível como destino de cruzeiro marítimo e não podemos desperdiçar esta oportunidade”, finaliza.