Meu Cruzeiro: brasileiro fez 170 viagens em 5 décadas
O engenheiro aposentado Mauro Maccori começou a fazer viagens de navios em 1965
O engenheiro aposentado Mauro Castro Maccori, 68 anos, não é um simples cruzeirista. Com mais de 170 viagens a bordo de navios nas costas, é conhecido de tripulações, amigo de comandantes e recebe honras que poucos passageiros sonham. Suas aventuras a bordo de cruzeiros começaram em 1965 e mesmo já completando 50 anos de navegações não devem parar tão cedo. Recentemente, o paulista esteve em uma sequência de 41 dias a bordo de navios e já tem 11 cruzeiros agendados até 2016.
Mauro Maccori geralmente viaja com a esposa Maria Cristina Maccori, 67, e a família, mas também já fez cruzeiros sozinho. Sua primeira viagem, conta, foi no Carnaval de 1965 a bordo do navio clássico Rosa da Fonseca. “Foi uma viagem para a região do Prata, com escalas em Montevidéu (Uruguai), Buenos Aires e Mar del Plata (Argentina). Eu tinha 18 anos”, recorda. Com a chegada da faculdade e a vida profissional, Mauro começou a fazer cruzeiros de forma mais esporádica em diversas companhias, tanto em viagens marítimas quanto fluviais. “Comecei a fazer dois, três cruzeiros por ano. Aí fui aumentando”.
Por que tantos cruzeiros?
Hoje, Mauro é adepto dos cruzeiros longos. “Eu nunca faço sete dias. Eu gosto de fazer no mínimo 21, agora fiz um de 41 dias, já fiz de 55”, comenta. O motivo para gostar tanto de viajar em cruzeiros e preferi-los às viagens de avião é a comodidade. O aposentado ressalta que em cruzeiros não há o estresse dos aeroportos, nem da mudança de hotéis em viagens mais longas e por mais de um destino. “Você chega, coloca as tuas roupas no cabide, nas gavetas, faz a tua casinha. Eu faço o que chamo de viagem caracol, porque gosto de viajar carregando a minha casa. Eu vou conhecer o mundo dentro da minha casa, que passa a ser a cabine do navio”.
O navio mais marcante
A migração de companhias só parou quando em 2000 Mauro embarcou em uma viagem a bordo do Splendour of the Seas da Royal Caribbean International, em Santos. “Meu primeiro cruzeiro com eles foi em 23 de dezembro de 2000”. A data guardada com tanta precisão na memória não é à toa. De lá para cá foram dezenas de viagens em navios da companhia, cerca de 50 delas no Splendour, o que lhe rendeu uma homenagem inesquecível.
Em janeiro, durante um cruzeiro na temporada brasileira, Mauro recebeu das mãos do comandante do Splendour of the Seas uma placa dada pela administração do porto de Santos à companhia, no dia em que a embarcação chegou pela primeira vez na cidade: 23 de dezembro de 2000. “Essa placa me foi dada agora devido à venda do Splendour. O comandante disse que a única pessoa que tinha o direito de ficar com aquela placa era eu e mandou tirá-la do navio e me entregou”, conta.
O Splendour of the Seas é, para Mauro Maccori, o navio mais marcante no qual já fez cruzeiros. E entre os cruzeiros que já agendados para 2016 está também o de despedida do navio da frota da Royal Caribbean, em viagem entre Dubai, nos Emirados Árabes, e Veneza, na Itália, em abril. “São quase 70 anos de idade e quando falo do Splendour as lágrimas surgem, porque são tantos navios, tantos momentos felizes, tantos por do sol, que você não pode acreditar que aquilo vai embora, que não vai mais ser o que era”, diz, emocionado. “A hora que eu descer do navio eu vou desatar num choro só. Está sendo muito difícil para mim”.
Amizade com tripulação
Mauro Maccori guarda com carinho alguns momentos. “A festa quando recebi o título Pinnacle Club, as festas no Splendour, foram festas que me abalaram. São coisas que você ganha, a confiança, isso é marcante”, explica. Ele comenta que entre os hóspedes são poucas as amizades que mantém, mesmo que reencontre alguns em viagens esporadicamente. Mas entre as tripulações, se orgulha de ser amigo de comandantes e funcionários com os quais já viajou dezenas de vezes, e que hoje frequentam sua casa.
Fidelidade em família
Tantas viagens pela Royal Caribbean fizeram com que Mauro Maccori seja o primeiro passageiro da América do Sul a atingir o nível Pinnacle Club, mais alto dentro do seu programa de fidelidade, o Crown & Anchor. Mas em breve uma nova geração da família deve atingir o mesmo nível. “Tenho uma neta de 4 anos que recebeu o título Diamond Plus. E agora, em dezembro na travessia Europa – Brasil, ela vai receber o título de mais jovem Pinnacle Member do mundo”, explica.
A escolha por seguir com a mesma companhia nos últimos anos deve-se aos seus muitos anos de experiência. O aposentado ficou mais criterioso. “Primeiro, o serviço de bordo da Royal é exemplar. A comida eu gosto muito, é um cardápio para todos os gostos e de qualidade”.
A diversão a bordo dos navios é outro destaque. Mauro não gosta de viagens com poucas atividades a bordo, prefere o clima mais descontraído dos transatlânticos. “Eu sinto que na Royal, e também na Celebrity, o nível é o mesmo. A Royal vem apresentando novidades a cada ano, uma diversão de qualidade”, ressalta. Recentemente, o aposentado esteve a bordo do Quantum of the Seas, navio lançado pela companhia em 2014 e um dos mais modernos do mundo. “É um negócio meio inacreditável a qualidade dos artistas, dos cenários, dos figurinos”.
Destinos marcantes
Mesmo tendo conhecido o mundo a bordo de cruzeiros, duas regiões são as mais marcantes para o cruzeirista. Uma é a dois fiordes na Noruega, pela proximidade com a natureza que é possível experimentar durante o roteiro. A outra é o estado norte-americano do Alasca. “É muito marcante, com as paisagens grandiosas. É tranquila a navegação e não para de mudar o cenário. São montanhas, geleiras, blocos de gelo na água. É onde a natureza mostra a sua grandeza”, acredita.
Mas, como engenheiro, um lugar que o marcou muito foi o Canal do Panamá, que já teve a oportunidade de passar a bordo de navio. “São 10 horas, 10 horas e meia atravessando o Canal. É show”. Além desses locais, as Ilhas Malvinas, onde diz ter sentido o clima dos combates da guerra entre Inglaterra e Argentina, e a beleza do Ushuaia, na Argentina, ficaram na memória.