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Mini cruzeiros devem ser destaque na temporada

Em entrevista exclusiva ao Terra, o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos da expectativa para a temporada, que começou em novembro e vai até maio

28 nov 2014 - 10h11
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Presidente da CLIA Abremar, Roberto Fusaro, acredita que Brasil precisa vencer problemas de infraestrutura
Presidente da CLIA Abremar, Roberto Fusaro, acredita que Brasil precisa vencer problemas de infraestrutura
Foto: MSC Cruzeiros/Divulgação

Os mini cruzeiros, roteiros de três a cinco noites, devem ser o destaque da temporada brasileira de cruzeiros marítimos que começou em novembro e vai até maio de 2015. Apesar do número de leitos ser 1,23% menor em relação ao ano passado, os passeios de curta duração podem garantir maior número de pessoas nas viagens.

A previsão é da CLIA Abremar Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos). Com quatro companhias fixas no Brasil – Royal Caribbean International, MSC Cruzeiros, Costa Cruzeiros e Pullmantur -, mais a Azamara Club Cruises, a temporada atual terá 239 roteiros em 11 navios. Destes, 137 serão mini cruzeiros.

Em entrevista exclusiva ao Terra, o presidente da CLIA Abremar, Roberto Fusaro, também diretor-geral da MSC Cruzeiros na América do Sul, fala sobre os desafios do setor para as próximas temporadas.

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Terra - Qual a expectativa para a temporada 2014/2015 de cruzeiros no Brasil?

Roberto Fusaro - Muito positiva. É uma temporada um pouquinho difícil porque dois eventos atrasaram um pouco. Tivemos a Copa do Mundo, que foi uma distração geral. No mês da Copa, as vendas pararam um pouco. E depois as eleições, que foi outro período difícil. Agora estamos recuperando, as companhias estão com promoções bastante agressivas.

Terra - E quanto aos passageiros, o que é esperado? Manter o número de 2013/2014 ou aumentar?

Fusaro - Temos 640 mil leitos disponíveis e 11 navios. Esse ano teremos um número maior de mini cruzeiros, o que aumenta muito a quantidade de passageiros. A expectativa é manter o número da última temporada, porque nesse total de leitos a gente não vende todas as cabines lotadas. A expectativa é manter o número do ano passado.

Terra - O Brasil teve um período de crescimento rápido nos cruzeiros e agora tem uma queda. Isso era esperado ou houve motivos para cair?

Fusaro - Foi um período curto, praticamente início dos anos 2000 até 2011, 2012, quando teve uma queda significativa. Chegamos a ter 20 navios, agora tempos 10. Tem dois modos de ver isso. De uma parte a procura, o gosto do brasileiro por cruzeiros, a afinidade, eu diria que não mudou. O público brasileiro gosta do produto, temos uma possibilidade enorme de continuar crescendo. Por outro lado, quando começou o crescimento, tínhamos gargalos que precisavam ser resolvidos e que se não fossem poderia cair. E infelizmente aconteceu.

Terra - Quais são esses gargalos? É possível reverter essa queda para a próxima temporada?

Fusaro - É um mercado em que o que acontece agora vai ter efeito daqui duas ou três temporadas. Não consigo dizer se terá uma redução nesses problemas. Custos de praticagem, taxas portuárias, estamos tentando diminuir. Tentando resolver problemas de regulamentação, pois um porto aqui trabalha de uma forma, o outro de outra forma. As companhias estão acostumadas a trabalhar com diferentes regras de cada país, mas quando chega no Brasil cada porto tem suas regras. Geralmente num país todos os portos tem uma só regulamentação.

Terra - Os cruzeiros são focados no Sudeste e Nordeste, com algumas rotas pelo Sul. No entanto, cidades como Florianópolis, um dos principais destinos turísticos da região, não recebem cruzeiros. O Nordeste também tem muitas cidades que poderiam estar em rotas?

Fusaro - O problema de Florianópolis é que não tem um terminal de cruzeiros. Tem que desembarcar em lanchas, o que é sempre complicado. Tem cidades como Ilhabela, Ilha Grande (Angra dos Reis), em que os navios ficam perto da costa e o fluxo de lanchas é curto. Florianópolis fica longe, o mar é movimentado, trafego longo. Já tivemos cruzeiros lá, mas não era bom. Porto Belo (também em Santa Catarina) tem um bom porto, bonito, mas não é um porto alfandegário, o que significa que não pode ser nem o primeiro, nem o último porto de escala no Brasil. Se o cruzeiro vai para Buenos Aires (Argentina), não pode parar nele porque precisaria parar em outro porto no Brasil antes de seguir pra Argentina. O lugar é maravilhoso, os navios passam na frente, mas não podem parar. Porto Belo não precisa nada de dinheiro, só precisa colocar um funcionário alfandegário. Há anos tentamos isso e não conseguimos.

Terra - O número de brasileiros que procuram cruzeiros fora do país também aumentou. Como a Abremar vê isso?

Fusaro - A missão principal da Abremar é desenvolver cruzeiros no Brasil. Não é uma situação necessariamente desejada. Mas também tem muitos estrangeiros vindo para o Brasil. Na temporada passada foram mais de 100 mil. Isso é muito positivo. Mais de 80% das pessoas que visitam um porto de navio voltam a ele depois em uma viagem terrestre e mais longa. O cruzeiro é uma espécie de degustação do porto.

Fonte: Canarinho Press
Fonte: Terra
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