Dicas para esquiar em Chapelco, na Argentina
Eleita duas vezes a melhor da Argentina, a estação de Chapelco recebe bem praticantes assíduos de esqui e snowboard
As ruas estreitas de San Martín de los Andes, cobertas de um branco meio encardido de tanto ser pisoteado, logo cedo ficam lotadas de jovens que carregam seus esquis e pranchas de snowboard. Reunidos em cafés, hotéis e pousadas, eles pouco a pouco deixam o povoado e rumam para a montanha. Durante todo o dia a cidade segue um ritmo pacato até que, no fim da tarde, renova seus ares com o agito dos que retornam depois de horas deslizando sobre a neve.
Eleita duas vezes a melhor da Argentina pelo prêmio anual World Ski Awards (em 2015 e 2016), a estação de Chapelco recebe bem praticantes assíduos de esqui e snowboard. Para esta temporada, a renovação total do Snowpark é a principal novidade. Mas não deixa os iniciantes na mão. Há escola com instrutores que arriscam o portunhol para ajudar nos primeiros passos (mínimo de 3 aulas em grupo, 3.710 pesos ou R$ 518).
Aprender a andar com as botas de esqui parece ser a parte mais difícil. Me aventurei em uma das aulas e, depois de duas horas de tombos, consegui descer por 12 vezes a pista base, que fica a 1.600 metros de altitude e estava lotada de crianças. Muitas delas passavam por mim bem rápido.
Outras 27 pistas se espalham pela montanha, metade delas classificadas como de nível fácil e médio. São 13 meios de elevação e três itinerários fora de pista.
Em Chapelco também é possível fazer passeios de trenó puxado por cachorros. O trajeto de 3 quilômetros percorre um bosque que margeia a montanha, com pausas para descanso dos animais e, claro, fotos. A estação tem pistas em meio a lengas, árvores típicas da Patagônia.
FOME
Conforme a tarde chega, os esportistas seguem para o Antu Lauquen, o aconchegante restaurante na pista base. O local fica lotado e serve refeições em esquema de bufê, além de alguns pratos à la carte. O "bandejão" custa cerca de R$ 50.
Os mais jovens preferem o bar na entrada da estação. Num clima de happy hour, bebem cervejas e compartilham vídeos das descidas que fizeram. Quase todos levam câmeras no capacete.
San Martín de Los Andes. A estrada que leva de volta à cidade base de San Martín de Los Andes fica cheia depois do fechamento das pistas e, por ser sinuosa, o retorno é feito bem devagar — um merecido momento de descanso. Mas a calmaria termina ao avançarmos pelo centro da cidade. Bares e restaurantes ficam cheios e a noite gelada não espanta ninguém.
O comércio se concentra na Avenida San Martín e nas ruas General Roca e General Villegas. Lojas vendem ou alugam equipamentos para esqui e snowboard. Atenção: por causa do risco de transmissão de doenças oculares, várias delas têm restrições quanto ao aluguel dos óculos especiais para esportes na neve. É um item que vale a pena comprar — nem pense em encarar a neve sem eles, mesmo nos dias nublados.
Perto do Lago Lácar há bons restaurantes para o jantar. O La Costa del Pueblo tem jeitão simples e ótimo atendimento. Parrilla (churrasco) é o carro-chefe, mas também serve truta, peixe abundante nos lagos gelados. A refeição sai por cerca de R$ 60 por pessoa.
Tire um fim de tarde para conhecer a casa de chá Arráyan (Circuito Arrayán, km 4; abre das 16 às 20 horas), com uma das vistas mais bonitas da região. A casa-sede foi construída pela inglesa Renée Dickinson, que se apaixonou pela paisagem e foi viver nas terras geladas da Patagônia. Quando morreu, em 1943, suas cinzas foram espalhadas no jardim.
SAIBA MAIS
Temporada: até 30 de setembro.
Como chegar: Aerolíneas Argentinas operam 18 voos semanais entre San Martín de Los Andes e Buenos Aires.
Passes de esqui: o passe diário custa de 1.330 a 1.660 pesos (R$ 185 a R$ 230).
Aluguel de equipamentos: 660 a 980 (R$ 92 a R$ 136) pesos o equipamento completo de esqui ou snowboard. Os valores não incluem as roupas impermeáveis.
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