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É hora de ver as baleias jubartes nos mares brasileiros

Entre julho e novembro, animais buscam as águas quentes do litoral do País para acasalar e dar à luz

10 jul 2018 - 16h08
(atualizado às 16h14)
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Gigantes, com cerca de 16 metros de comprimento, pesando até 40 toneladas e conhecidas como baleias cantoras, as jubartes já começaram a chegar ao litoral brasileiro. De julho a novembro, a espécie procura as águas quentes da região da Bahia, vinda da Antártida, para acasalar e dar à luz.

Nesta época, as jubarte procuram águas mais quentes para procriar. Foto: Instituto Baleia Jubarte
Nesta época, as jubarte procuram águas mais quentes para procriar. Foto: Instituto Baleia Jubarte
Foto: Instituto Baleia Jubarte / Divulgação

Cerca de 20.000 animais devem dar o ar da graça por aqui este ano, de acordo com o porta-voz do Instituto Baleia Jubarte, Enrico Marcovaldi. Elas ficam concentradas principalmente no litoral baiano, na região de Abrolhos, o maior berço reprodutivo da espécie no Atlântico Sul. Graças à recuperação da espécie — em 2002 a população era de apenas 3 mil baleias — a faixa de observação cresce continuamente. Já é possível observá-las até mesmo da orla de Salvador.

Para o Instituto, a oportunidade de ver as baleias mais de perto contribui para ensinar à população sobre a importância da preservação da espécie. "Nós somos uma ONG de pesquisa e preservação, apoiamos muito a atividade de turismo de observação porque assim as baleias valem muito mais vivas do que mortas", explica Enrico.

No restante do ano, as jubarte ficam em águas subantárticas, nas proximidades das ilhas Geórgia do Sul, para se alimentarem de krill, um tipo de camarão, e armazenar energia para uma viagem rumos aos trópicos de mais de 4 mil km e que dura cerca de dois meses.

Sem tempo ruim. Nos passeios de observação de baleias, as chances de conseguir encontrar as gigantes é de 95%, segundo Enrico. Mas é preciso ficar de olho no tempo. "O sucesso também depende do tempo. Como é inverno, pode ser que se passem vários dias sem poder sair com a embarcação por causa do mar revolto ou porque está chovendo. Aí já é uma questão de segurança".

Foi exatamente isso o que aconteceu comigo quando fui para Arraial d'Ajuda, em 2012, para ver as jubartes. Esperei quatro dias pela melhora do tempo, o que não aconteceu. Frustrada, tive que voltar para casa sabendo que elas estavam bem pertinho, e ainda assim, tão longe.

"Baleiês". Quem já assistiu à animação Procurando Nemo (2003) sabe que "baleiês" é a língua das baleias, segundo a peixinha Dory. A piada não é tão piada assim e dá para lembrar dela tentando falar vários dialetos, inclusive o "jubartês", ao ouvir o canto das baleias. A Pixar sabia o que estava fazendo.

Brincadeiras à parte, estudos mostraram que o macho da espécie canta durante a fase reprodutiva e acredita-se que a função seja chamar a atenção das fêmeas ou afastar outros machos. Cada população de baleias tem a sua canção, e ela muda a cada temporada, sendo alterada lentamente até se tornar uma canção completamente diferente após cinco anos.

Pacotes

Em Prado, a Pousada Casa de Maria, em parceria com a Catavento Tour, tem pacote de observação das baleias jubarte que custa R$ 320 (crianças até 10 anos pagam R$ 160). A saída é às 6h30 e a volta é às 18h30. Café da manhã e almoço estão incluídos. Informações: pousadacasademariaprado.com.br/.

O Instituto Baleia Jubarte também tem parceria com várias agências que oferecem o serviço de observação no litoral baiano. Veja a lista:

SALVADOR

- Ricardo Capitão:

Ricardo Guimarães

71 9 9654 9250

- Shark Dive

71 3241 7690

- Dive Bahia

71 3241 7690

PRAIA DO FORTE

- Porto Mar

(71) 3676-0101

- Base Náutica (Hotel Tivoli)

(71) 8729-0900

MORRO DE SÃO PAULO

- Rota Tropical

(75) 3652-1551

ITACARÉ (BA)

- Itajubarte

(73) 9122-2810

divesilva@yahoo.com.br

CARAVELAS

- Horizonte Aberto

(73) 3297-1474

- Apecatur Expedições

(73) 3297-1751

IMBASSAÍ

- Carcará Ecotours

(71) 9 9647 5253 / 55 71 9 9100 4475

Veja também:

Ouça o canto das baleias que fazem o 'jazz do fundo do mar':
Estadão
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