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Groenlândia: como é a ilha que o Trump quer tomar da Dinamarca

É conhecida por sua posição estratégica, entre o Atlântico Norte e o Ártico [...]

8 jan 2025 - 09h56
(atualizado às 10h18)
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Por motivos de "segurança econômica", o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu em uma coletiva de imprensa, no último dia 7 de janeiro, que pode tomar o controle da Groenlândia, um território autônomo do reino da Dinamarca, vizinha ao Canadá. 

O republicano, que assume seu segundo mandato no próximo dia 20 de janeiro, não descartou também o controle do Canal do Panamá e até mudar o nome do Golfo do México.

Foto: Viagem em Pauta

Em 2019, em seu primeiro mandato, Trump já havia flertado com a Groenlândia, quando anunciou o interesse em comprar a maior ilha do mundo. Na época, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, chegou a afirmar que a Groenlândia não estava à venda.

A ilha é conhecida por sua posição estratégica, entre o Atlântico Norte e o Ártico, cujo território seria um aliado para a segurança nacional estadunidense.

VEJA VÍDEO 

Conheça a Groenlândia

Apesar de estar, geograficamente, na América do Norte, a Groenlândia pertence à Europa e, consequentemente, sua população é europeia e goza dos benefícios da União Europeia.

Com uma das menores densidades demográficas do planeta (0,14 pessoas por km²), a ilha tem 80% de seu território coberto por gelo. Porém, a ilha já foi conhecida como 'Terra Verde', pois contava com vegetação abundante, há mais de 2,5 milhões de anos, segundo cientistas.

Seus primeiros habitantes foram os indígenas inuítes da América do Norte, há 4.500 anos, e desde então pouco parece ter mudado por ali, mesmo após a passagem de expedições inglesas e norueguesas.

Visitar a Groenlândia é fazer uma viagem profunda na cultura, que é chamada, de forma pejorativa, de esquimó.

Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

A principal entrada para a ilha é a costa oeste, onde fica a capital Nuuk, cuja população de quase 20 mil pessoas faz do destino o maior da Groenlândia. Mas, em 2018, o Viagem em Pauta resolveu fez diferente e tomou o caminho mais difícil.

Em São Paulo, peguei um voo até Londres, na Inglaterra, e mais um até Reykjavik, capital da Islândia. De lá, outro até Akureyri, no norte islandês, e um último para o minúsculo Nerlerit Inaat Airport, em Sermersooq.

Sem falar de uma última etapa de helicóptero, um voo curto de 15 minutos sobre um dos maiores sistemas de fiordes do mundo até Ittoqqortoormiit, a cidade mais isolada da Groenlândia, na costa leste da ilha.

As cidades groenlandesas não contam com acesso terrestre, por isso deslocamentos são feitos em aviões de pequeno porte ou por vias marítimas, durante o verão.

Turismo na Groenlândia

Tradicionalmente, território de pescadores e caçadores, o turismo representa hoje 60% da economia de Ittoqqortoormiit, segundo a empresária Mette Barselajsen.

Com acesso único por helicóptero, nos meses de inverno, Ittoqqortoormiit tem menos de 500 habitantes que moram em construções coloridas de madeira que quase desaparecem no cenário branco que toma conta do destino, durante quase todo o ano.

E quando aquela gente insistente do Ártico não está atrás de caça, os mesmos caçadores se transformam em guias de tours em motocicletas de neve e até safáris de observação de ursos polares.

Ittoqqortoormiit
Ittoqqortoormiit
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Outra atividade tradicional que virou experiência para turista são os passeios em trenós puxados por cachorros.

Essas rústicas tiras de madeira para transporte humano e de cargas são puxadas por grupos de até 12 cachorros e seguem para setores mais afastados, como Gulfjelde ou Kap Tobin, um vilarejo abandonado que só volta a ter vida humana, na curta temporada de verão.

Ittoqqortoormiit
Ittoqqortoormiit
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Em Ittoqqortoormiit, o silêncio só é quebrado pelos uivos excitados dos cachorros, no início da manhã, e pelas alucinadas motos de neve que riscam estradas que se fundem com o horizonte branco, outra atração turística da região (dessa vez, motorizada), bordeando a baía de Rosenvinge (Rosenvinge Bugt) até Kap Hope, outro povoado local que fica deserto, nos meses de inverno.

Com ¾ da ilha cobertos por gelo, a Groenlândia tem em Ittoqqortoormiit o Scoresby Sund, o maior sistema de fiordes do planeta, onde é possível praticar caiaque nos meses de verão.

Difícil mesmo é encarar o frio do lado de fora.

Ittoqqortoormiit
Ittoqqortoormiit
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Quando ir

Naquelas terras de tundra, a temperatura média anual é de -7.5°C, um dos lugares habitados mais frios do planeta, onde o alto verão tem termômetros marcando 3.3°C. Na manhã de retorno, durante a espera do helicóptero para Constable Point, por exemplo, o termômetro marcava 11 graus negativos, com sensação térmica de 23 graus negativos.

E quer saber? Eu faria tudo de novo.

A temporada vai de março a agosto, aproximadamente, quando chega o maior número de turistas, embarcados em cruzeiros que fazem roteiros de verão no Ártico.

Mas é no inverno que a cidade oferece atrações como travessias em trenós de cachorros ou em motos de neve, e a Aurora Boreal paralisa visitantes com a dança de luzes esverdeadas no céu, entre setembro e abril.

Aeroporto em Sermersooq
Aeroporto em Sermersooq
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta
Viagem em Pauta
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