Teatro Regio Di Parma presta homenagem a Verdi em outubro
Se a cidade de Parma, no norte da Itália, é sinônimo de música italiana, o teatro Regio Di Parma é o grande símbolo desta tradição. Construído pela duquesa Marie Louise da Áustria, já esposa de Napoleão, não é o primeiro, mas, sim, o mais prestigioso dos 12 teatros da cidade e, com certeza, um dos mais célebres, dentre os líricos italianos. É considerado o mais importante entre os "di tradizione" e seu público é reconhecido não só pela sua competência, mas também pela exigência. A sala foi testemunha de grandes consagrações - e de estrepitosos fracassos: o caso da ópera inaugural, Zaíra, de Vicenzo Bellini é exemplo destes últimos.
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A obra, projetada e dirigida pelo arquiteto Nicola Belloti, começou em 1821, e foi finalizada somente em 1829. O estilo neoclássico, original, foi respeitado apenas parcialmente: a grande sala de 30 metros de altura, e com capacidade para 1,2 mil pessoas, foi redecorada em estilo renaissance por ordem de Carlo III de Borbom: ouro, escudos dourados, anjos e cabeças leoninas.
O novo relógio "a luce", que marca as horas de cinco em cinco minutos, foi colocado no centro da arquitrave do proscênio, enriquecido ainda pelos bustos dourados dos poetas e compositores famosos, ou quase-famosos: Pergolesi, Rinuccini, Paisiello, Cimarosa, Paër, Bellini e Donizetti. O "astrolampo", uma grande luminária feita em Paris por Lacarrière, de 4,5 m de altura e 4 m de diâmetro, e que sobe e desce ainda com o sistema original, merece menção especial. O teatro era iluminado com velas. Em 1890, a eletricidade as substituiu.
No tempo da inauguração reinavam Rossini, Donizetti e Bellini , mas a década seguinte viu acontecer o furacão Verdi: quase um terço das obras contavam com a autoria de quem era já o maior dos compositores da Itália, talvez do mundo. O próprio Verdi dirigiu, no Regio, Don Carlo e a célebre Aida. Em homenagem ao grande referente da ópera italiana, todo ano o teatro oferece o Festival Verdi. Começa no dia do aniversário do autor de óperas como Rigoletto e La Traviata, no primeiro dia do mês, e este ano estreia com a Missa de Réquiem. Os ingressos chegam a custar 180 euros numa localização privilegiada, mas há também a partir de 10 euros - de pé, na galeria.
Agência Andrés Bruzzone Comunicação