Las Vegas investe para mostrar ao brasileiro que não vive de cassinos
Principal porta de entrada para o Grand Canyon. Alguns dos melhores resorts do mundo. Os chefs mais afamados e seus restaurantes cinco estrelas. Uma vida noturna que não para. Lojas de estilistas renomados e grifes internacionais. Las Vegas mandou representantes para o Brasil para tentar mostrar para o turista local que a cidade não se limita ao que gira em torno dos cassinos que vemos nos filmes.
A cidade investe R$ 1 milhão para convencer o turista brasileiro – foram 133 mil em Las Vegas em 2011, o que faz o país ocupar a oitava posição na lista dos maiores visitantes – a optar por ela nas suas férias. Hoje é a quarta na preferência dos turistas do Brasil, que ainda vão mais para Miami, Nova York e Orlando. A estratégia inicial é informar os agentes de viagens. Conforme saírem os resultados de 2012, a cidade talvez se abra para anúncios diretos para o consumidor final.
“Queremos que o Brasil seja nosso quinto mercado. Ano passado 133 mil visitaram, o que é fantástico. Mas nós estamos estabelecendo parcerias melhores para nos tornarmos uma opção melhor como destino. Estamos fazendo tudo que os brasileiros podem gostar. Queremos garantir que quando os brasileiros saiam de Las Vegas eles pensem: ‘nossa, tudo que nós fizemos foi marcante’”, afirma o diretor do Conselho de Administração da Las Vegas Convention & Visitors Authority (LVCVA).
A cidade enviou uma delegação para a Feira das Américas de Turismo, que terminou nesta sexta-feira no Rio de Janeiro, com o objetivo inicial de capacitar operadores de turismo para “vender” Las Vegas de uma maneira melhor. O motivo do foco no Brasil é simples: enquanto os demais visitantes estrangeiros gastam cerca de US$ 1 mil por dia em Vegas, o brasileiro chega a deixar US$ 3 mil, de acordo com estudos do LVCVA.
Segundo os representantes, há mais opções no município do estado de Nevada do que em qualquer outra concorrente americana. E eles não estão falando apenas de cassinos diferentes para jogar. "Dos 40 milhões de visitantes que temos em Las Vegas, apenas 8% vão à cidade para jogar. As pessoas estão se dando conta de que há muito mais coisa para fazer por lá. Jogar é parte do entretenimento. Mas se os brasileiros quiserem só jogar, provavelmente vão para o Uruguai ou a Costa Rica. É mais barato e mais perto. Nós oferecemos de tudo”, diz o diretor internacional de vendas de Las Vegas, Rafael Villanueva.
“A Alemanha é um dos países de onde temos mais turistas. Eles vão para Las Vegas principalmente para visitar os parques nacionais. Eles fazem da cidade um ponto de conexão para os parques e depois passam dois dias na cidade. Os brasileiros estão começando a fazer isso também. Há seis parques nacionais a menos de duas horas de avião da cidade. Ou você pode chegar a um depois de 4 a 6h de carro. É a principal porta de entrada para o Grand Canyon. E se torna um programa muito bom por causa da flexibilidade dos hotéiss. Lá você pode ficar em um hotel cinco estrelas pelo preço de um hotel de duas estrelas em San Francisco ou Los Angeles”, completa Villanueva.
A expectativa de Las Vegas é que o número de turistas brasileiros aumente consideravelmente depois de acordo que estabeleceu um voo direto da Copa Airlines do Panamá para a cidade americana. A companhia aérea têm vários voos que saem do Brasil até o ponto de conexão, que evita a burocracia da imigração em cidades americanas como Dallas e Miami, onde os aeroportos vivem lotados.
“No futuro a expectativa é conseguirmos um voo direto do Brasil para Las Vegas. Já tínhamos boas parcerias com a Delta e a American Airlines, mas esta nova opção da Copa é definitivamente a melhor”, garante Weekly. “A conexão no Panamá é muito rápida. Você não precisa passar por imigração nem pegar sua bagagem. O voo demora umas seis horas para o Panamá e mais umas seis para Las Vegas. E aí você chega em Las Vegas num aeroporto completamente novo que abriu em junho no mesmo dia que a Copa começou a operar este voo para o Panamá”, explica Villanueva.