Madri: obra "perdida" de Caravaggio é exposta no Museu do Prado
Quadro de mais de 400 anos do mestre italiano estava desaparecido desde o século XIX e ficará em cartaz no museu de Madri até 2025
Até 23 de fevereiro de 2025, é possível conhecer a obra Ecce Homo, de Caravaggio, exposta no Museu do Prado, em Madri. O museu da capital espanhola mantém um espaço especialmente dedicado ao quadro desde o dia 28 de maio. A pintura, cuja autoria real era ignorada até recentemente, foi "redescoberta" somente em 2021.
O famoso pintor italiano concebeu a obra entre os anos de 1605 e 1609. Posteriormente, a pintura foi incorporada à coleção privada do rei espanhol Felipe IV. Trata-se de uma das cerca de sessenta obras atualmente conhecidas de Caravaggio, o primeiro grande representante do estilo barroco.
Uma das maiores descobertas da história da arte
A obra estava desaparecida desde o século XIX. O quadro chegou a ser atribuído a um aluno do espanhol José de Ribera, um pintor do século XVII. A peça, aliás, quase foi vendida nesse meio tempo por um valor irrisório de US$ 1600.
Segundo o Museu do Prado, o achado de Ecce Homo "representa um dos maiores descobrimentos da história da arte". O quadro foi restaurado por Andrea Cipriani e sua equipe, além de ter passado pela análise de Claudio Falucci, engenheiro nuclear que aplicou técnicas científicas no estudo da peça. Os maiores especialistas do estilo barroco e da obra do artista italiano mantêm o consenso de que Ecce Homo é de autoria de Caravaggio.
O atual proprietário, cujo nome não foi revelado, cedeu a pintura para a exposição ao Museu do Prado, a princípio por um período de nove meses entre maio de 2024 e fevereiro de 2025.
A história por trás da obra
O quadro representa a figura de Cristo com a coroa de espinhos em momento anterior à crucificação. O título Ecce Homo ("Eis o homem") faz referência às palavras de Pôncio Pilatos ao apresentar Jesus à multidão para ser condenado.
A pintura data dos anos anteriores ao falecimento de Caravaggio, em 1610, no período em que precisou abandonar Roma para evitar a pena de morte. O pintor havia matado um homem durante uma briga em 1606, motivo pelo qual se mudou para Nápoles. É provável que o quadro tenha sido concebido nesses anos de tensão do artista fugitivo.
Desde então, a obra passou pelos acervos de inúmeros colecionadores espanhóis. Dentre eles, da coleção do rei Felipe IV.
Além da exposição, também foi anunciada a edição de um compilado de textos sobre a obra, reunindo ensaios de quatro especialistas no tema. A publicação aborda o contexto da descoberta da pintura e sua história, além de conter análises de seus aspectos técnicos.
Outras obras disponíveis em exposição virtual
O Museu do Prado é o mais importante museu espanhol e tem disponibilizado parte do seu acervo de forma virtual. São mais de 400 obras disponíveis no aplicativo O Guia do Prado, acompanhadas de comentários dos especialistas do museu.
Você pode conferir mais detalhes sobre o app O Guia do Prado clicando aqui.
Serviço
O Museu do Prado funciona de segunda a sábado das 10h às 20h e nos domingos e feriados das 10h às 19h. Ingressos custam 15 euros e podem ser comprados pelo site oficial.