Mão gigante no deserto é obra inusitada, no Chile
A obra fica em plena Panamericana, a 75 km de Antofagasta [...]
De longe, não tem como não ver aquela mão fincada no deserto e seus dedos gigantes apontados para o céu.
A escultura Mão do Deserto (Mano del Desierto, em espanhol) é uma obra do artista chileno Mario Irarrázabal, de 83 anos, que fica a 300 metros da Panamericana, a 75 quilômetros ao sul da cidade de Antofagasta, no norte do Chile.
Inaugurada em março de 1992, inspirada em uma viagem do artista à ilha de Páscoa, essa peça com estrutura de aço e coberta com estuque tem impressionantes 11 metros de altura
Apesar de ser autor de obras que causam a reflexão sociopolítica e espiritual, Irarrázabal chegou a afirmar que aquela mão esquerda a céu aberto é um reencontro com o mundo primitivo, "um símbolo relacionado à natureza".
No entanto, não é raro encontrar interpretações variadas acerca da obra, inclusive com cunho político.
Por estar em área isolada e sem nenhuma fiscalização, a obra costuma também ser danificada por alguns visitantes e, constantemente, exige reparo como o último feito em 2023.
Liderado pela PROA (Corporación Pro Antofagasta), o trabalho contou com a ajuda voluntária de uma empresa de cimento de Talcahuano, na Região de Bío Bío, para a retirada de intervenções humanas como rabiscos e desprendimento de material.
Outros trabalhos
O artista é conhecido também por preferir que suas obras sejam expostas fora de museus, em espaços ao ar livre para que possam ser vistas com liberdade, assim como suas outras obras no exterior (isso, sim, é político).
No Uruguai, por exemplo, Irarrázabal tem uma escultura parecida, imensa e brotando da areia.
A Mano de Punta del Este (1982) está na Praia Brava e é um dos símbolos mais famosos desse balneário no sul do país.
Outra mão gigante do artista fica em Madri, capital da Espanha.
Apesar de ser de 1987, a obra ganhou um endereço definitivo apenas em novembro de 1994 e, atualmente, é um dos destaques da Senda de las Esculturas, rota artística no Parque Juan Carlos I.