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México: Chichén Itzá ganha museu arqueológico

Itens encontrados durante obras do Trem Maia revelam vida dos povos maia e tolteca desde o início da ocupação do território

9 abr 2024 - 15h15
(atualizado às 17h24)
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Durante as construções da linha do Trem Maia, na península de Yucatán, no México, foram encontrados artefatos de pedra e cerâmica que lançam luz sobre os modos de vida da antiga civilização de Chichén Itzá, o sítio arqueológico mais visitado do país que fica a cerca de duas horas de Cancún. A nova casa do conjunto de itens históricos é o recém-inaugurado Gran Museo de Chichén Itzá.

A Pirâmide de Kukúlcan é a principal atração do sítio arqueológico
A Pirâmide de Kukúlcan é a principal atração do sítio arqueológico
Foto: Luis Aceves/Unsplash / Viagem e Turismo

O acervo tem mais de 1000 itens entre os achados arqueológicos e réplicas de originais que recontam a cultura maia e tolteca de Chichén Itzá desde o início da ocupação no século 5 até o auge do povoado, quando se tornou um centro de decisões políticas e rotas de comércio.

As peças estão distribuídas em sete salas e 14 eixos temáticos: bem-vindo a Chichén Itzá; flora e fauna; cronologia da cerâmica; rotas de intercâmbio; Cenote Sagrado; cosmovisão e poder; escritura e linhagem; jogo de bola; astronomia e matemática; arquitetura; desenvolvimento urbano; pintura mural; áreas de produção; e organização social.

Entre as reconstruções se destacam as esculturas do jaguar vermelho com pedras preciosas e a do chamado Chac Mool, a representação de uma pessoa reclinada com uma bandeja apoiada no abdômen - a figura é típica de civilizações pré-colombianas.

Chac Mool, no Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México
Chac Mool, no Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México
Foto: Gary Todd/Wikimedia Commons / Viagem e Turismo

O jaguar era um animal sagrado para os povos maias, então reaparece em outras esculturas. Além dele, a serpente emplumada, Kukúlcan, também era reverenciada. Há uma escultura da cobra no museu, assim como uma maquete da Pirâmide de Kukúlcan, atração do sítio arqueológico. As versões originais do jaguar e do Chac Mool ficam em um templo dentro da pirâmide que não pode ser acessado por visitantes.

Por ocupar uma posição de centralidade em Yucatán, Chichén Itzá era quase uma capital imperial e isso se verifica em sua arquitetura. Alguns artefatos expostos no museu como caveiras cravadas em pedra e símbolos de guerra demonstram o poder simbólico da civilização. Já os pratos, copos e jarras abrem uma janela para o dia a dia dos povos.

A ferrovia do Trem Maia vai cortar Yucatán com 1525 quilômetros de trilhos, 20 estações e 14 paradas, interligando grandes destinos turísticos, como Cancún e Tulum, com outras regiões do país. Por enquanto foram inaugurados os trechos de Cancún até a Playa del Carmen e de Cancún Campeche, entre as quais está a estação Chichén Itzá. Porém, o projeto é controverso. Além de problemas técnicos já enfrentados pelos passageiros nas viagens, como atrasos e velocidade instável, a transformação do território e o impacto ambiental são criticados. Para chegar até Riviera Maia, por exemplo, o trilho passará por cima de um sistema de cavernas submersas e poços de água doce e as obras irão desmatar a floresta considerada o segundo pulmão da América Latina.

Serviço

Quando? De segunda-feira a domingo, das 8h às 16h.

Quanto? Entrada gratuita.

Onde? Comisaría de Pisté, CP, 97750, Tinum - Da estação de trem no aeroporto de Cancún, você chega na estação Chichén Itzá, do Trem Maia, após quatro paradas.

Viagem e Turismo
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