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Moscou via Transiberiana: conheça curiosidades da cidade

15 mar 2014 - 16h46
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Qualquer viajante que se preze já pensou em em atravessar de trem de uma ponta a outra da Rússia. A mítica Ferrovia Transiberiana, que corta 9.289km do maior país do mundo e atravessa sete fusos horários, pode ser feita em pouco mais de seis dias.

No entanto, a maioria dos aventureiros opta por fazer paradas ao longo do caminho e descobrir a diversidade cultural, geográfica e humana da Federação Russa.

A rota clássica, que liga a capital Moscou à cidade portuária de Vladivostok, no mar do Japão, permite ter uma ideia da grandiosidade da Rússia, com suas 160 etnias, 100 idiomas e pelo menos 15 religiões. Isso tudo em um território de mais de 17 milhões de km2.

<p>O metr&ocirc; de Moscou chama aten&ccedil;&atilde;o por sua rica arquitetura</p>
O metrô de Moscou chama atenção por sua rica arquitetura
Foto: Sandro Fernandes / Especial para Terra

A Transiberiana começa em Moscou, a dinâmica capital com seus 16 millhões de habitantes. Alguns visitantes desavisados esperam uma cidade parecida às grandes capitais europeias.

Outros visitantes – também desavisados – pensam que cada esquina vai ser um pedacinho de União Soviética. Ledo engano. Moscou é única. Em que outra cidade as marcas mais exclusivas do planeta, símbolo do capitalismo inacessível, podem ser encontradas na mesma rua de uma instituição como a antiga sede da extinta KGB, o serviço secreto da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas?

Muita contradição em poucos metros? Na Rússia, os opostos são a regra - dolorasamente visível em um país que saiu há 20 anos de uma experiência socialista e hoje abriga a cidade com o maior número de bilionários do mundo e uma desigualdade crescente.

Em Moscou, todos os caminhos levam à Praça Vermelha. O marco zero da cidade fica em uma das entradas da praça e é ali que o turista supersticioso deve lançar sua moedinha e fazer um pedido. É também ali que o turista vai ver a primeira cara das contradições russas - chova ou caia neve, cada moeda jogada pelos visitantes é disputada por senhorinhas russas (as “babushkas” ou “avós”).

Na Praça Vermelha, cuja palavra em russo (krasnaya) pode significar “vermelha” ou “bonita”, Vladimir Lênin repousa em um solene mausoléu. Segundo uma recente pesquisa do centro estatal de opinião pública VTsIOM, a figura de Lênin é vista como “positiva” por 57% dos russos. Apesar disso, pelo menos 60% da população acha que Lênin deveria ser enterrado, em vez de permancer exposto na Praça Vermelha. Os comunistas discordam. Dentro do mausoléu, qualquer movimento brusco pode ser visto pelos seguranças como algo desrespeitoso.

Ainda na Praça, chama a atenção o imponente prédio vermelho do Museu Histórico Estatal, com uma coleção que vai desde objetos pré-históricos até roupas e carruagens da dinastia dos Romanov.

Na lado sul da praça, as cúpulas coloridas da Igreja de São Basílio vão fazer todo o esforço e a distância valeram a pena. Construída entre 1555 e 1561 a pedido de Ivã, o Terrível, a igreja foi a construção mais alta da cidade até o final do século XVI. Reza a lenda que o czar russo ordenou que o arquiteto responsável pela obra fosse cegado para que nunca mais construísse nada tão belo. Apesar das evidências de que o arquiteto continuou trabalhando nas décadas posteriores, a lenda urbana continua circulando e segue viva entre os moscovitas.

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Em Moscou, todos os caminhos levam à Praça Vermelha
Foto: Sandro Fernandes / Especial para Terra

Perto dali, é a vez de as sapatilhas de ponta ganharem protagonismo, com o Teatro Bolshoi, uma suntuosa construção neoclássica de 1825. Mesmo com as recentes histórias de corrupção, inveja, prostituição e até mesmo um ataque com ácido ao diretor artístico, o Bolshoi continua inspirando bailarinos de todo o planeta e sendo considerado o palco mundial do balé.

As opções culturais de Moscou são intermináveis, com mais de 350 museus para todos os gostos. Dos internacionalmente conhecidos Museu Púchkin e Galeria Tretyakov aos mais curiosos, como o Museu da História do Processamento de Alimentos ou o Museu do Jovem Espectador do Teatro de Moscou, ninguém vai ficar sem uma boa e interessante exposição. Tem até mesmo um Museu da Vodka.

E como se não bastassem os quadros e esculturas das galerias, muitas das estações de metrô da cidade são verdadeiras obras de arte. O sistema de transporte metroviário de Moscou foi inaugurado por Stalin em 1935 e representa uma das obras mais extravagantes da União Soviética, com paredes cobertas de mármore, tetos altos e lustres que deram ao metrô o apelido de “palácio subterrâneo”.

A inauguração na década de 30 foi uma vitória para o regime soviético e uma grande plataforma de propaganda para o stalinismo. O Teatro Bolshoi apresentou um coral de trabalhadores do metrô e as ruas deram lugar a desfiles militares, encenações e shows. Hoje o sistema conta com 188 estações e é responsável por sete milhões de viagens diárias, colocando o serviço da capital russa na segunda posição entre os metrôs mais usados do mundo.

A dica é aproveitar a qualidade do serviço de metrô moscovita, deixar o carro em casa e provar uma das principais atrações da Rússia – a vodka. Quem não se sentir preparado para bebericar este produto tipicamente russo logo no início da viagem, não tem problema. A Transiberiana está apenas começando.

A passagem de trem entre Moscou e Vladivostok, com cinco paradas, custa aproximadamente 10 mil rublos (R$ 685). O trajeto de avião Vladivostok-Moscou custa entre 7 e 15 mil rublos (R$ 480 – R$ 1 mil), dependendo da época.

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Fonte: Especial para Terra
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