Museu de Bogotá conta 12 mil anos de história da Colômbia
Muita gente ainda acha que a história da América começou no século 16, com a chegada dos conquistadores europeus, mas basta uma visita ao Museu Nacional da Colômbia para ver que isso não é verdade. Em um espaço de 13 mil m2, mais de 20 mil objetos distribuídos por 17 salas de exposição contam a história dos diferentes povos que habitaram a região onde hoje fica a Colômbia, desde os primeiros grupos humanos que passaram pela região, por volta de 10.000 a.C., até os dias de hoje.
Localizado no bairro de La Merced, em Bogotá, o Museu Nacional é o mais antigo da Colômbia e um dos mais antigos das Américas. A instituição foi criada em 1823 por Simón Bolívar, na época presidente da recém-criada república da Colômbia, que havia conquistado a independência da Espanha apenas quatro anos antes.
A instituição, que então se chamava Museu de História Natural e Escola de Mineração, foi instalada inicialmente na Casa Botânica, espaço que abrigava a coleção de história natural reunida no início do século 19 pelo padre espanhol José Celestino Mutis e sua Real Expedição Botânica do Novo Reino de Granada, da qual participou o famoso naturalista alemão Alexander von Humboldt. Nesse primeiro momento, o museu ocupava duas salas da Casa Botânica, uma destinada às coleções de zoologia, mineralogia e botânica; outra, que exibia objetos de história, arte e outras ciências.
Ao longo do tempo, porém, o museu passou por várias transformações. A começar pela sede. Em 1845 a instituição deixou a Casa Botânica e passou por três imóveis antes de ser finalmente instalada em sua sede atual: um prédio no bairro de La Merced onde até 1946 funcionou a principal prisão de Bogotá. A construção passou a abrigar o Museu Nacional em 1948, e hoje o espaço reúne quatro grandes coleções – uma de arqueologia, uma de etnografia, uma de história e outra de arte – além de abrigar várias exposições temporárias.
Assim, quem visita o museu pode ver de perto a importante coleção arqueológica da instituição, formada por 10 mil objetos deixados pelas diferentes civilizações que habitaram o território da atual Colômbia – desde artefatos pré-históricos até esculturas em ouro, pedra e outros materiais produzidas por povos indígenas como muíscas e quimbayas, que viveram nessa parte da América do Sul até a chegada dos conquistadores espanhóis, no século 16.
Engana-se, porém, quem acha que a cultura indígena desapareceu na Colômbia. A coleção de etnografia do Museu Nacional reúne cerca de quatro mil peças como cestas, roupas, objetos rituais, armas, instrumentos musicais, colares e ferramentas dos diversos grupos nativos que vivem em diferentes partes do país até hoje.
E como a história da Colômbia não se resume aos povos originários, o Museu Nacional também preserva uma grande coleção de documentos e objetos que contam a história tanto do período colonial quanto da luta pela independência e do processo de construção da nação independente. Dois destaques dessa seção são o testamento de Simón Bolívar e uma réplica da espada do “libertador”.
Por fim, a instituição conta com uma coleção de mais de 1.500 obras de arte dos períodos colonial e republicano. Entre elas estão importantes quadros de alguns dos principais pintores colombianos dos séculos 19 e 20, como José María Espinosa, Ignacio Gómez Jaramillo, Enrique Grau, e – como não poderia deixar de ser – Fernando Botero.
Serviço
Museu Nacional da Colômbia
Carrera 7, no 28-66, La Merced
Tel: +57 1 381 6470
De terça a sábado, das 10h às 18h; domingo, das 10h às 17h