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Antiga capital da prata, Buenos Aires ainda encanta

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Buenos Aires é a capital da República Argentina, país que surgiu às margens do Rio da Prata, de onde tirou seu nome: “argentum” significa prata em latim. Fundada no século 16, a cidade permaneceu um pequeno vilarejo até o século 18, quando se tornou o principal porto das colônias espanholas na América do Sul, de onde boa parte da prata extraída das minas do continente começou a ser enviada para a Europa.

Fundada às margens do rio da Prata no século 16, Buenos Aires foi uma das cidades mais prósperas do mundo até a Segunda Guerra Mundial
Fundada às margens do rio da Prata no século 16, Buenos Aires foi uma das cidades mais prósperas do mundo até a Segunda Guerra Mundial
Foto: Shutterstock.com

O comércio do metal precioso e de outros produtos, como couro e carne, fez a fortuna da cidade, que em 1776 se tornou a capital do Vice Reino do Rio da Prata e logo se tornou uma das mais ricas do continente. A prosperidade continuou depois que a região se emancipou da Espanha e Buenos Aires virou a capital da República Argentina, no século 19, e atingiu o ápice na metade do século 20. Durante a Segunda Guerra Mundial, o país era o mais rico do planeta.

Após o conflito mundial, os argentinos eram credores. Com exceção dos Estados Unidos, o resto do mundo tinha débitos com a Casa Rosada. Buenos Aires, também conhecida como Paris da América do Sul, era uma festa.

A derrocada, no entanto, começaria justamente no período de vacas gordas. A eleição de Juan Domingo Perón para a presidência do país, em 1946, deu início a uma fase de turbulências. O governante implantou um regime populista, baseado em preceitos de ditaduras depostas no mundo, como o fascismo de Benito Mussolini, personagem que o presidente argentino admirava.

O Peronismo foi marcado por uma feroz perseguição a opositores, como sindicalistas e estudantes, e a bonança econômica deu lugar à instabilidade política. Mesmo assim, o líder acabou reeleito em 1951. Quatro anos depois, no entanto, não resistiu e acabou sucumbindo a um golpe militar. Acabava de vez a fase de ouro argentina.

Durante toda a segunda metade do século 20 o país passou por uma série de golpes de Estado, que culminaram na sangrenta ditadura militar que vigorou entre 1976 e 1983. Para piorar, em 2001 a Argentina entrou na pior crise econômica de sua história, que só começou a ser revertida na segunda metade dos anos 2000.

Tudo isso abalou profundamente o antigo brilho de Buenos Aires, mas as construções monumentais, baseadas na arquitetura da Belle Epoque, continuam a embelezar a cidade e a encantar os turistas. Uma das mais marcantes é o Teatro Colón, que foi reinaugurado recentemente, após uma reforma, e espanta pela imponência.

Os cafés do bairro da Recoleta também remetem ao ar europeu que Buenos Aires tinha na virada do século 19 para o 20. Em cada esquina, dá para se sentir em uma rua do Quartier Latin parisiense.

Os preços são ótimos para o brasileiro. Não por acaso, as lojas da calle Florida, famosas por venderem couro de primeira qualidade, estão lotadas de turistas em qualquer época do ano.

Com R$ 1, é possível comprar dois pesos argentinos. Não só roupas, mas restaurantes de ótima qualidade são excelentes opções. Os mais procurados são os de Puerto Madero. Se quiser fugir do burburinho desses locais, onde se ouve mais português do que castelhano, vale um pulo a Palermo Soho. Lá estão os bares e restaurantes mais descolados, point dos moderninhos. Mal comparando, uma espécie de Vila Madalena, de São Paulo, ou Santa Teresa, do Rio de Janeiro. Também há inúmeras galerias de arte e lojas onde é possível comprar raridades da música local.

Enfestado de turistas, mas nem por isso menos interessante, é o Caminito, conjunto de prédios coloridos que ficam em uma rua no bairro da Boca. Há restaurantes tradicionais, onde pode-se comer uma boa massa, herança dos imigrantes italianos que se estabeleceram na região na virada do século 19 para o 20. Mas cuidado: não se afaste muito dos centros turísticos, pois as ruas do bairro da Boca, pequenas e  escuras, são traiçoeiras. Não são poucas as pessoas que se aventuram nas alamedas e acabam assaltadas.

Fonte: PrimaPagina
Fonte: Terra
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