Dia dos Mortos é uma festa em povoado milenar mexicano
O Dia de Finados está chegando (2 de novembro), e se no Brasil a data gera uma certa melancolia e nostalgia, para os mexicanos o Dia dos Mortos é motivo de muita festa. E uma das comemorações mais famosas do país é realizada na comunidade de San Andrés de Mixquic, bairro da Cidade do México localizado no sudoeste da capital.
O povoado foi fundado quase mil anos atrás em uma pequena ilha que ficava no lago Chalco, drenado no final do século 19. Apesar disso, a população local até hoje vive basicamente da agricultura, mesmo estando oficialmente dentro do território da capital.
Atualmente, a comunidade atrai milhares de turistas mexicanos e estrangeiros durante as celebrações do Dia dos Mortos, quando diversas atrações religiosas e culturais agitam o bairro entre 31 de outubro e 2 de novembro.
Na primeira noite, o sino da igreja principal, que data do século 16, anuncia a chegada das almas das crianças que partiram. Enquanto isso, os fiéis deixam oferendas como brinquedos e peças coloridas para os pequenos que já se foram.
A noite seguinte é animada pela música dos grupos de mariachis e por um concurso de esculturas de crânios artesanais. Na sequência, é encenado um enterro no qual a “viúva” lamenta a perda do marido e faz sátiras com os participantes. Quando todos chegam ao cemitério, o “morto” salta do caixão e sai correndo apavorado, provocando risos na multidão.
Mas o evento principal é aquele conhecido como Alumbrada, realizado em 2 de novembro. Nele, o cemitério que circunda a igreja principal é iluminado por milhares de velas e envolvido pela fumaça dos incensos das pessoas que homenageiam seus entes queridos. Ao mesmo tempo, os túmulos são decorados com flores, cruzes e imagens de santos e divindades, criando um lindo espetáculo visual.