Diabo dança ao som de tambores em festival no Panamá
O Panamá é um país pequeno, mas a diversidade de suas danças folclóricas é impressionante. Tamborito, cumbia santeña, cumbia chorerana, congo, la espina, el punto, la mejorana, el atravesao, bunde e bullerengue são alguns dos ritmos que embalam bailarinos e bailarinas vestidos com roupas típicas nas festas do país.
A celebração mais famosa é a que ocorre durante o feriado de Corpus Christi em Villa de Los Santos, cidade localizada cerca de 260 km a oeste da capital, na província de Los Santos. Ali acontecem as famosas “diabladas”, espetáculos de dança que encenam o embate entre o bem – representado pelo arcanjo Miguel – e o mal – encarnado na figura do diabo. Nessas festas, parte dos bailarinos se veste de demônio e dança ao som de tambores.
Na festa de Villa de Los Santos são encenados dois tipos de “diabladas”: a dos Diablicos Limpios e a dos Diablicos Sucios. Na primeira, um bailarino vestido com uma luxuosa fantasia de demônio se destaca dos “reles mortais”. Já o nome “Diablicos Sucios” vem da confecção dos vestidos usados pelas dançarinas, coloridos com semente de achiote (planta da região) e lama vermelha. No vestido tradicionalmente também eram traçadas linhas negras com espigas de milho queimadas. O que acontecia é que, quando as dançarinas rodavam a saia, a peça ficava com um aspecto de sujo, daí o nome da coreografia.
Outra dança típica da região de Los Santos é o tamborito santeño, na qual homens e mulheres bailam em pares com roupas tradicionais – coloridas e volumosas –, ao som de três tambores e uma cantora. O tamborito, no entanto, não é exclusividade da província de Los Santos. Nascido da mistura entre tradições musicais africanas e espanholas, o estilo é muito popular em todo o Panamá.
Outro ritmo panamenho em que tambores e vozes femininas ocupam lugar de destaque é o bunde, típico da província de Darién, no sul do país. A dança é uma espécie de quadrilha, mas em forma de roda. De um lado ficam os homens; do outro, as mulheres. O baile começa quando um dos cavalheiros propõe a uma damas a contradança. O par dança no meio do círculo e permite que o resto dos casais da roda se junte a eles.
A diversidade das danças no Panamá reflete a própria pluralidade da população do país, formada por uma mistura de europeus, índios e negros. A música dos povos nativos – que fabricavam instrumentos com folhas e conchas – misturou-se com os ritmos trazidos pelos espanhóis e africanos que chegaram à região a partir do século 16.
Em vários tipos de dança do país, a roupa dos bailarinos é um capítulo à parte. As peças são um misto de ala das baianas com dançarinos de rumba. Os vestidos das mulheres, conhecidos como polleras, são brancos ou coloridos, com babados e bordados. Para completar o visual, joias nos braços, pescoço e até na cabeça! Os homens se vestem com um conjunto de calça preta e camisa branca – em geral algo simples, mas muito elegante. A preciosidade está nos detalhes: os botões da camisa são de pérola ou ouro. O chapéu é confeccionado com esmero e pode levar semanas para ficar pronto.
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