Antiga casa de Pablo Neruda, museu conta a história do poeta
Um dos maiores nomes da cultura chilena, o poeta Pablo Neruda (1904-1973) pôs seu país no mapa da literatura mundial ao ganhar o Prêmio Nobel em 1971. Militante socialista e autor de obras clássicas, como “Canto geral” (livro de cabeceira de Ernesto Che Guevara) e “Confesso que vivi”, Neruda encantou leitores do mundo todo com seus poemas antes de morrer, em setembro de 1973, amargurado com o golpe militar que levou o general Augusto Pinochet ao poder. Por isso, quem gosta de literatura e vai a Santiago não pode deixar de visitar a casa do poeta na cidade.
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Localizado no bairro de Bellavista, um dos mais emblemáticos da capital chilena, o imóvel foi uma das três residências de Neruda no Chile (as outras duas ficam em Isla Negra e Valparaíso) e hoje é um museu que conta a história da vida do poeta. O escritor começou a construí-lo em 1953 para Matilde Urrutia, sua amante na época. Para homenageá-la, Neruda batizou a casa de La Chascona (“A descabelada”), apelido carinhoso que ele havia dado a Matilde por causa da abundante cabeleira ruiva da moça.
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Hoje, a Casa Museu La Chascona reúne em seu interior móveis, objetos antigos e uma pinacoteca que revelam momentos íntimos da trajetória do escritor e de sua amada. A instituição já foi visitada por importantes personalidades mundiais, como as rainhas Sofia, da Espanha, e Beatriz, da Holanda; o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, e seu compatriota, o escritor Gabriel García Marquez, dentre outros. Logo na entrada, o visitante é recebido por um agradável jardim, que Matilde cultivou até morrer, em 1985.
Um dos destaques do museu é um retrato de Matilde pintado pelo artista mexicano Diego Rivera, amigo pessoal de Neruda. A obra tem duas cabeças, e um olhar mais atento revela que a da esquerda é, na verdade, o poeta de perfil. Também faz parte do acervo da instituição uma coleção de peças africanas que Neruda trouxe do continente na época em que serviu como diplomata na região.
A visita a La Chascona ainda inclui a loja oficial do museu, onde é possível comprar souvenirs e as obras de Neruda, e um agradável café com vista para o centro da cidade, ambos localizados fora da casa, na rua Chucre Manzur.
Neruda, o arquiteto
A história da construção de La Chascona é um capítulo à parte. O projeto original é do arquiteto espanhol German Rodriguez Arias, mas Neruda deu tantos palpites que o próprio Arias reconheceu que o imóvel é uma criação do poeta.
O escritor, por exemplo, fez questão de que a casa ficasse de frente para a Cordilheira dos Andes, o que não estava previsto no projeto de Arias, e interferiu diretamente na escolha de materiais e técnicas de construção. Quando a casa ficou pronta, Matilde foi morar sozinha no local. Neruda só se mudou em 1955, depois de se separar de sua mulher na época, Delia de Carril.
Serviço
Casa Museu La Chascona
Rua Fernando Márquez de la Plata, 192,
Santiago, Providência, Bellavista
00xx 56 2 777.8741 / www.fundacionneruda.org
Entrada: 3.500 pesos chilenos (R$ 15)
De março a dezembro, aberto das terças aos domingos, 10h às 18h
De janeiro a fevereiro, aberto das terças aos domingos, 10h às 19h
Fechado às segundas-feiras
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