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São Paulo

Museu em São Paulo mostra riqueza da cultura negra no Brasil

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O Museu Afro Brasil reúne um acervo de mais de 6 mil itens para contar a saga dos africanos e de seus descendentes que ajudaram a construir o Brasil. Acima, foto de Adenor Gondim retrata as mulheres negras da Irmandade da Boa Morte de Cacheira, na Bahia
O Museu Afro Brasil reúne um acervo de mais de 6 mil itens para contar a saga dos africanos e de seus descendentes que ajudaram a construir o Brasil. Acima, foto de Adenor Gondim retrata as mulheres negras da Irmandade da Boa Morte de Cacheira, na Bahia
Foto: Divulgação

O Brasil é um país negro. De acordo com o Censo de 2010, nada menos que 97 milhões de pessoas se declaram pretas ou pardas (contra 91 milhões que se declaram brancas), o que faz de nós a segunda nação com a maior população afrodescendente do mundo (e a maior fora da África). Só perdemos para a Nigéria, que tem mais de 170 milhões de habitantes, 95% deles negros. Apesar desses números, a maior cidade do país só ganhou seu primeiro museu totalmente dedicado à cultura negra em 2004.

A espera, no entanto, valeu a pena. O Museu Afro Brasil, em São Paulo, logo se tornou uma referência internacional de preservação e pesquisa da cultura trazida da África por mais de 4 milhões de escravos e reinventada pelos seus milhões de descendentes, que hoje formam a maior parte da população do país.

Instalado no Pavilhão Padre Manuel da Nóbrega, um espaço de 11 mil m2, dentro do Parque do Ibirapuera, o museu conta com um acervo de mais de 6 mil obras, das quais 3.440 se encontram atualmente em exibição. Essa grande coleção é formada por pinturas, esculturas, gravuras, objetos rituais, roupas, peças de artesanato, objetos históricos, livros, fotografias, vídeos, documentos e muitos outros itens que contam a história da formação e do desenvolvimento da cultura negra no Brasil.

As peças que integram a exposição permanente do museu estão distribuídas em seis núcleos. O primeiro é dedicado aos povos africanos e reúne uma bela coleção de máscaras rituais e representações do continente produzidas por artistas europeus entre os séculos 15 e 19. O segundo trata do período da escravidão e busca ressaltar os conhecimentos trazidos pelos africanos que contribuíram para o desenvolvimento econômico do Brasil. Esta seção reúne diversos objetos históricos, como moinhos utilizados nas fazendas e engenhos de açúcar, além de contar a história da resistência ao cativeiro no país.

O terceiro e o quarto núcleos são dedicados ao mundo religioso: o primeiro mostra como muitas festas populares do país nasceram da apropriação que os negros fizeram do catolicismo; o segundo trata das religiões afro-brasileiras, e traz uma bela coleção de figuras de orixás e objetos rituais. Por fim, o quarto e o quinto núcleos prestam homenagem aos negros brasileiros propriamente ditos, reunindo relatos e biografias de importantes personagens afrodescendentes da história do país e obras de arte produzidas por negros e mulatos.

Além da exposição permanente, o Museu Afro Brasil organiza inúmeras mostras temporárias dedicadas à cultura negra e às artes em geral no Brasil, e conta com uma biblioteca com mais de 11 mil publicações. O museu funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, e a entrada é gratuita.

Serviço

Museu Afro Brasil

Av. Pedro Álvares Cabral - Parque do Ibirapuera, portão 10

Tel.: 11 3320-8900

Fonte: PrimaPagina
Fonte: Terra
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